Seu último post no blog, foi sobre a lenda de Peak of Lonlyness, uma cidadezinha, estilo velho oeste, num deserto dos EUA. Diz a lenda que ninguém consegue ficar por mais de sete dias nessa cidade. Os três resolveram que essa seria sua próxima "aventura". Então, viajaram até lá e levaram seus equipamentos de filmagem e sua van.
Tudo que será descrito a seguir foi encontrado numa câmera de vídeo e em um gravador de áudio. São vários vídeos e áudios.
DIA 1
Chegada na cidade e início das gravações.
Teles vê uma placa na entrada da cidade. Nela estava escrito em letras garrafais: "Bem-vindo à Peak of Lonlyness", e acima disso, estava escrito com uma substância que eles acreditaram ser sangue: "Vá embora".
Sandra então conta sobre a lenda da cidade para a câmera. Diz que ninguém consegue ficar lá por mais de sete dias. Teles completa, dizendo que existiam outras lendas sobre o local, uma delas dizia que espíritos de nativos habitavam a cidade, outra, que as casas tinham vida própria e andavam.
Eles entram na cidade.
A noite, eles reúnem-se em volta de uma fogueira, deixando a câmera filmá-los a certa distância (provavelmente em um tripé). Os jovens estavam munidos de um gravador e o deixaram ligado.
Eles escutam sons de grilos e sapos, que são os típicos sons da noite. O detalhe que eles deixaram passar, era o fato de que estavam em um deserto, onde não existem grilos ou sapos. Repentinamente, o som pára, mas não apenas o dos animais, como também o da fogueira e sua respiração.
- Isso é muito estranho! - diz Teles - Ouçam, todo o som sumiu, menos os de nossas vozes. Espere, vou mostrar aqui o que o meu gravador gravou.
Entretanto, no gravador os sons não pararam.
- Acho melhor nós irmos dormir - diz Austin.
Então eles apagam a fogueira e se cobrem em sacos de dormir. Austin deixa a câmera ligada durante a noite. Após cerca de duas horas, quando eles já se encontravam em sono profundo, a fogueira misteriosamente se acende, e a câmera passa a gravar a fogueira acesa.
DIA 2
Aparentemente, não havia ninguém arremessando nada, e os objetos que não foram possíveis identificar no vídeo, voavam sozinhos.
Eles voltam para o acampamento. Encontram o computador quebrado. Desligam a câmera.
Sandra faz outra apresentação para a câmera dizendo que já estava passando de meio-dia, e narra o acontecido da manhã. Eles vão novamente para a cidade, e vários objetos voam de dentro das casas, como se estivesse ocorrendo um furacão. Entretanto, o vídeo não grava nenhum vento.
Entram em uma das casas e separam-se. Austin fica com a câmera e Teles com o gravados. Sandra está de mãos vazias. De repente, manchas escuras surgem e puxam as pernas de Sandra e Teles em direções opostas. Eles perguntam se Austin viu o que os puxou. Austin afirma não ter visto nada, apenas seus corpos caindo.
Alguns minutos depois, todas as portas da casa se abrem sincronizadamente, acompanhadas de um barulho muito alto.
Os três saem correndo de lá.
À noite, Austin para de gravar, para assistir o que foi gravado, mas deixa o gravador ligado. Ele descreve as manchas escuras que puxaram Teles e Sandra e afirma que vai dormir na van, e não sairá de lá até que eles tenham saído da cidade.
O gravador é desligado e a câmera ligada.
Novamente a câmera é colocada no tripé e filma durante a noite. E a fogueira permaneceu acesa misteriosamente, como na noite anterior.
DIA 3
Teles e Sandra vão para a cidade sozinhos. Eles andam pelas ruas, falando que esperam encontrar assombrações, Teles com a câmera.
Entram em outra casa. Sandra afirma que parecia que as casas haviam mudado de lugar na cidade. Teles ri.
Lá dentro, separam-se. Teles, portando o gravador, vai para o andar de cima e deixa Sandra no de baixo com a câmera.
Ela anda pela casa usando visão noturna, pois as janelas da casa estavam fechadas e lacradas com tábuas.
Ela afirma que não enxerga quase nada.
De repente, escuta-se a voz de Austin dizendo:
- Acho melhor sair da casa!
Sandra responde:
- Não, seu medroso! Precisamos investigar a cidade toda. Se não quer ficar aqui, por que veio? Sai daqui, Austin.
Ao mesmo tempo que isso acontecia, Teles, no gravador, caminha e tropeça, derrubando-o no chão. Ouve-se barulhos dele tateando o chão, tentando encontrar o objeto no escuro. Ouve-se um ruído, é o gravador sendo pego.
A voz de Austin:
- Aqui, o gravador.
- Austin, o que está fazendo aqui?
- Acho melhor irem embora!
- Só depois de ver a casa.
Eles retornam ao acampamento e encontram Austin dormindo. Eles acordam o amigo para contar o que aconteceu, e ele lhes conta o sonho que teve.
- Foi estranho, um espírito se aproximava de mim e dizia que era melhor sairmos da cidade agora.
- Austin - diz Sandra - sabemos que você quer sair da cidade, mas não precisa inventar essas coisas. Nós não nos assustamos tão facilmente. Aliás, não sairemos daqui até o sétimo dia!
- Mas é sério, eu sonhei com um espírito e ele disse que coisas ruins iriam acontecer se nós não saíssemos da cidade logo!
- Austin, pare com isso - falou Teles.
- Mais uma coisa... - falou Sandra - se está com tanto medo, por que entrou na casa?
- Eu não entrei na casa. Fiquei aqui o tempo todo! Vejam, estou até tentando consertar o computador.
- Mas eu ouvi a sua voz!
- É, e você me deu o gravador de volta!
- Desculpem, mas eu não entrei lá!
Eles desligam a câmera e ligam logo em seguida. Sandra conta para a câmera que, revisando as filmagens, não havia ninguém na casa, mas escutou-se a voz de Austin na filmagem e na gravação de Teles.
- Impossível! - afirma Teles - Eu vi uma silhueta que parecia o Austin e ele me deu o gravador. Se não era ele, o que era?
- Não sei! - fala Austin - Mas esse é mais um motivo para eu não sair da van.
Ao dizer isso ele volta para o carro. A câmera é desligada.
A câmera é ligada novamente quando eles vão dormir, e deixada no tripé filmando. A fogueira continua acesa, e dessa vez, vê-se claramente uma sombra passando pela fogueira e, logo após isso, a mesma se apaga.
DIA 4
Teles conta para a câmera que trouxe consigo uma arma, para a proteção dele e dos amigos, e afirma que resolveu leva-la com ele desta vez.
Teles e Sandra vão para a cidade. Austin fica na van.
Enquanto caminham pela cidade quando aparentemente são empurrados em direções opostas. Sandra cai no chão portando a câmera, que consegue filmar Teles caindo dentro de uma casa há alguns metros de distância.
Eles se levantam. Teles fica na casa enquanto Sandra se aproxima dele. Ao chegar bem perto, a porta se fecha subitamente! Ouve-se gritos e batidas muito violentas na porta. Sandra tenta abrir a porta, mas ela parece estar trancada.
Os gritos param e ouve-se uma última e violenta batida contra a porta. Ela gira a maçaneta e a porta se abre. Ao entrar na casa, Sandra procura por Teles. Ela encontra o gravador jogado no chão, e anda pela casa chamando pelo nome do amigo. Ela anda muito rápido por todos os cômodos da casa, e enfim, retorna à sala principal. Se escuta uma voz dizendo:
- Eu disse para saírem...
Sandra começa a correr com a câmera na mão para fora da casa. Quando chega ao acampamento, conta a Austin o que aconteceu. De repente, ela vira a câmera para o outro lado e lá está Teles, com a cabeça baixa e a arma na mão.
- Ainda bem que o encontrei! - falou Sandra - Eu estava preocupada. O que aconteceu dentro daquela ca...
Ele levanta a cabeça em um gesto rápido e carrega a arma. Teles aponta a arma para seus amigos. Austin com o susto se joga no chão e Sandra se esquiva para a esquerda, segurando a câmera. Teles aponta a arma para a própria cabeça.
- Disse para vocês saírem da cidade! - diz ele com uma voz sombria.
Sandra deixa a câmera no chão e pula em cima dele antes que aperte o gatilho. O que aparece no vídeo são suas pernas, e é possível identificar uma luta pela posse da arma, até que Teles cai no chão.
Sandra pega a câmera e conta que Austin golpeou o amigo na nuca para que ele parasse. Quando vira a câmera para filmá-lo no chão, ele não está lá.
- Vamos sair daqui! - diz Austin.
- Não sem o Teles!
DIA 5
Sandra e Austin acordam mais cedo e vão procurar por Teles, afirmando que ele estava possuído no dia anterior.
Eles andam pela cidade e entram em algumas casas, sempre gritando pelo nome de Teles.
Logo escuta-se um barulho e a câmera para trás, a tempo de ver um vulto entrar em uma casa. Eles vão até lá. Ao entrar, afirmam não conseguir ver muita coisa, pois as janelas estão bloqueadas. A câmera tem uma visão noturna, mas andar olhando através dela é difícil.
Uma porta se fecha violentamente atrás deles e algo puxa Sandra para dentro de um cômodo, cuja porta também fecha. Ouve-se gritos de Sandra, e Austin tenta abrir a porta. Então, Austin e a câmera são arremessados contra a parede por algo que não foi possível identificar.
Ele se levanta. A porta do cômodo em que Sandra está presa, abre. Ele a puxa para fora, e vão juntos para fora da casa.
imediatamente vê-se Teles, de costas para eles, com uma arma na mão. Ele a levanta e aponta para sua cabeça. Sandra tenta agarrá-lo para impedi-lo. Austin larga a câmera e corre em direção a eles. Novamente se constata uma luta. Logo, a arma é jogada para longe e Teles cai desmaiado. A câmera é desligada.
Liga-se a câmera. Já é noite. Teles afirma não lembrar o que aconteceu.
Os três vão dormir e, novamente, deixam a câmera no tripé. A câmera grava uma silhueta masculina parada em pé, próximo aos três por um bom tempo e depois vai embora.
DIA 6
Esse é o sexto dia deles na cidade de Peak of Lonlyness. Só faltava mais um dia, além de hoje, para eles detonarem o mito. O mito que dizia que ninguém conseguia ficar na cidade por mais de sete dias.
Austin liga a câmera filma os dois amigos, que parecem estar muito perturbados. Eles contam que acabaram de ver a gravação noturna, e falam sobre a silhueta masculina parada perto deles.
Eles começam a olhar em volta, como se enxergassem algo, mas a câmera não filma nada.
- Quem são eles? – indaga Sandra
- Não sei... – gagueja Teles
Lentamente os três levantam e caminham calmamente em direção à van. Austin permanece filmando o nada. Sandra murmura:
- Eles estão girando a cabeça em nossa direção...
- Continua andando. – diz Austin
Eles começam a correr. Entram na van e tentam ligá-la.
- Ela está muito tempo parada, - diz Austin - Vai ser difícil ligar.
Teles continua tentando ligar a van. Sandra começa a chorar e gritar. Austin se mantem na parte traseira, e continua filmando o nada.
A van começa a chacoalhar e escuta-se batidas. Sandra entra em desespero e Austin tenta acalmá-la. Teles liga a van, pisa fundo e logo estão fora da cidade.
Austin vira a câmera para o nada e diz que não vê mais nada.
- Aquilo não era real, achei que iríamos morrer. – diz Sandra, aos prantos
- Bem, - diz Teles - Não quero nunca mais voltar aí. Agora sabemos que a lenda é real.
- O melhor - falou Austin - é que temos tudo gravado. Esse vai ser o nosso melhor post no blog!
- Que seja!- disse Sandra - Eu só quero voltar para casa.
As investigações da polícia afirmam que eles voltaram para casa. Reuniram-se na casa de Austin para editar os vídeos e fazer os posts para o blog. A polícia encontrou um rascunho de post que nunca foi ao ar, onde dizia:
Tudo que você ler a partir daqui é exatamente o que estava no último vídeo encontrado na câmera:
Alguém segurando a câmera entra na casa de Austin. A pessoa sobe, vai até o quarto de Austin e abre a porta. Pode-se ver Austin, Sandra e Teles sentados em frente à um computador vendo um vídeo. O vídeo era exatamente o que essa câmera estava filmando. Os três, então, olham para trás bem devagar e, quando fixam o olha na câmera, ela cai no chão. A câmera filma a porta do armário. Ouve-se um barulho muito alto, gritos e a câmera desliga.
Nunca mais ouviu-se falar dos três amigos.
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