O que é Xamanismo?
Xamanismo
História
Numa das gravuras um homem com o falo ereto está deitado ao lado de um bisonte com uma cabeça de pássaro ao seu lado; o próprio homem parece ter a cabeça de pássaro e presume-se que a gravura represente um xamã em transe. Essa interpretação foi popularizada na década de 60 por Lommel num livro profusamente ilustrado, Shamanism:The Beginnings Of The Art.
O xamanismo é uma filosofia de vida muito antiga, que visa o reencontro do homem com os ensinamentos e fluxo da natureza e com seu próprio mundo interior. Sua origem não tem raizes geograficas ou históricas, na realidade é um conjunto de ensinamentos milenares que, através da tradição de povos do mundo todo, foram sendo passadas até os dias de hoje. Esses ensinamentos são baseados na observação da natureza e seus sinais.
No início do século XX, foram encontradas pinturas rupestres pré-históricas, no sul da frança, de figuras semi-humanas, semi-animais entre animais comuns, que foram consideradas como representando xamãs, algum tempo depois, Piers Viebsky em "O xamã", cita que em 1991 foi encontrado o corpo mumificado de um homem preservado sob as neves dos Alpes Austríacos, que foi apanhando por um temporal ao cruzar um desfiladeiro da montanha há cerca de 5.000 anos. Poderia ser um pastor (de ovelhas) mas as tatuagens na pele, um disco de pedra numa correia e alguns musgos secos medicinais encontrados em sua posse permite a suposição de que era um xamã numa viagem ritual. Esses e outros vestígios fazem com que alguns antropólogos cheguem a pensar que as arcaicas raizes do xamanismo recuam até quase tão longe quanto a própria consciência humana, datando de 40.000 a 50.000 anos, no período paleolítico (idade da pedra), podendo ser considerada a mais antiga prática espiritual da humanidade.
Outro fato que intriga os pesquisadores é que a práticas xamânicas são similares ou idênticas entre os esquimós, indios das américas, Oceania, Austrália, povos do sudeste asiático, da índia, do Tibet e da China. Em todos estes lugares, ocorre o transe, onde o xamã faz o "vôo mágico", desprendendo seu corpo espiritual para viajar a outros planos. Também é similar a associação com os espíritos que podem ser ancestrais ou animais selvagens. Alguns estudiosos levanta a possibilidade, de que os xamãs ancestrais vindos da sibéria, teriam emigrado durante as grandes glaciações, seguindo rebanhos de renas, passando pelo estreito de bering ou por uma ponte terrestre que ligava os dois continentes e se espalharam pelo mundo.
O xamã
Nos primórdios da humanidade, os seres humanos, sentiam-se frágeis e temerosos perante as forças da natureza e temiam aqueles que não pertenciam a seus clãs, animais e etc. Para suprir essas carências, surge o Xamã como um "organizador do caos" para despertar a consciencia, Assim eles recorriam aquele que era concebido como um gerreiro que atuava com armas espirituaism que faziam ponte entre o mundo dos homens e espiritos.
O xamã é um especialista do mundo invisível com um talento muito particular, que lhe permite entrar e sair dele com liberdade e conhecimento para curar, fazer adivinhações, ver o passado, o presente ou futuro, conciliar o homem com o sobrenatural e as forças mágicas.
A palavra xamã tem sua raiz na Sibéria, vinda da palavra "saman", aparentado com o termo sâscrito "sramana" que significa: inspirado pelos espíritos.
Eles foram os primeiros professores, profetas, contadores de histórias, artistas místicos e investigadores da natureza. Tinham desenvolvidas no mais alto grau as suas capacidades mentais e aplicavam o conhecimento intuitivo animal, que reside em nosso sistema límbico - area primitiva do cerebro conectada com a memória animal, que diz respeito a mente prológica. Podendo então o xamã trabalhar com seus animais de poder, que são seres espirituais que lhe protegem e servem, manifestações da sua outra identidade, e que podem ser descobertos por todas as pessoas em seu mundo interno.
Ele é o manipulador do "Sagrado" e mestre do êxtase, do transe extático, um dos aliado dos espíritos da natureza, dos ancestrais, que trava contato com as potências celestes como com as infernais, de acordo com a necessidade do grupo a que serve.
Bases e práticas do Xamanismo
Os xamãs baseiam-se na observação constante da natureza e de seus ciclos a fim de compreenderem a si próprios. Amam e reverenciam os espíritos da natureza reconhecendo os aspectos dos mesmos em si. Buscam nas diferentes energias que ela oferece simbologias de suas forças interiores.
Em suas práticas utilizam-se ervas, direções sagradas, rituais, jornadas xamanicas, contato com a natureza e seres espirituais, ritmos, danças e movimentos corporais, elementos básicos da natureza (agua, terra, ar, fogo, cristais, pedras, argila, etc), cirurgias espirituais e técnicas de cura e purificação dos corpos físico, emocional, mental e espiritual, entre outras coisas.
O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta. O resgate dos festivais sazonais (Solstícios e Equinócios), por exemplo, não marcam apenas a jornada do Sol, mas também os pontos críticos das estações, o ciclo agrícola, nossas emoções, hábitos. Essas "Forças Verdadeira acessadas desde o princípio na história espiritual da Terra, são resgatadas através dos séculos e podemos sentí-las atuando em todos os momentos das cerimônias.
Neo-Xamanismo
Neo-xamanismo é o movimento que busca resgatar a sabedoria dos povos ancestrais, conciliando-as com elementos culturais e filosóficos da modernidade. Alguns dos seus percursores mais famosos foram os antropólogos carlos castaneda e o Michael Harner, com obras publicadas nos anos 60. Nos últimos anos, o movimento ganhou muitos adeptos, principalmente nas organizações religiosas baseadas no culto a natureza.
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