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sábado, 20 de julho de 2013
A CASA NA CURVA PERIGOSA
No verão de 1994, o meu (na época) noivo, nosso filho de 5 meses e eu, nos mudamos para uma velha casa em uma cidadezinha não muito longe de São Paulo (um pouco mais de uma hora de viajem). A nossa casa ficava bem do lado de uma curva muito perigosa de uma estrada local.
A única coisa que me deixava inquieta, é que a parte o quintal da casa não ficava a mais de 1 metro da estrada, onde os carros passavam a uma velocidade alta demais para a curva. Mas mesmo isso não nos desanimou. Nós estávamos super felizes com a casa, já que era a nossa primeira casa. Tudo ocorreu sem problemas, até que nos acomodamos nela.
Instintivamente eu sabia desde o começo que tinha algo de estranho com a casa. Eu já tive essa impressão antes, em outras ocasiões, outros lugares, e elas nunca estiveram erradas.
Pouco tempo depois que nos mudamos começamos a ter problemas com o nosso filho, ele simplesmente não ficava sozinho no quarto dele. Nós nunca tivemos esse problema antes. Sempre que eu colocava ele no berço dele ele chorava e chorava e só parava quando nó pegávamos ele. Em qualquer outro canto da casa ele ficava sozinho sem nenhum problema, menos no quarto dele, ele berrava tanto que parecia que ia explodir.
Eu também tinha meus problemas com alguns cômodos. Eu nunca entrava na garagem ou no quarto de empregada. Eu não tenho uma explicação para isso, mas só de passar na frente do quarto de empregada ou da garagem, os pelos da minha nuca arrepiavam todos e um frio subia a minha espinha.
Um tempo depois do nosso casamento, que tinha sido em Julho, eu estava na sala, com o meu filho e a minha cunhada. Era dia ainda e estava muito claro, mas nós vimos algumas sombras se movendo na parede da sala. Na hora eu liguei para uma amiga minha para ela ver o que estava acontecendo, e assim que ela entrou em casa ela sentiu alguma coisa estranha. Ela também chegou a ver algumas coisas estranhas: sombras pela sala, a sensação de estar sendo observada, barulhos no andar de cima da casa, quando não tinha ninguém lá em cima, e portas se fechando sozinhas. Nós contamos essas coisas para o meu marido e ele apenas falou que nós estávamos imaginando tudo isso.
Lá pelo natal, ele mudou de idéia. Nós colocamos uma dessas lusinhas musicais na árvore de natal, e toda noite eu tirava elas da tomada antes de ir dormir. Numa noite ele acordou com a musiquinha tocando e as lusinhas piscando iluminando de leve o corredor do lado de fora do quarto. Ele me acordou e falou que eu tinha esquecido de desligar as luzes. Então eu falei pra ele "Eu desliguei. Você tava lá e vu eu tirando elas da tomada." Ele sentou na cama e me olhou com uma cara confusa. Ele levantou e foi na ponta dos pés até o lado de fora do quarto e desceu a escada, e não achou ninguém mais na casa. Então ele voltou, estava com um rosto pálido, e não falava uma palavra. Eu perguntei o que era e ele simplesmente falou pra eu "voltar a dormir".
No final de semana depois disso, o nosso filho foi para a casa dos avós dele. Na primeira noite sem ele, quando nós estávamos nos arrumando para dormir, nós ouvimos o som de um bebê chorando. Como o nosso filho não estava em cassa, simplesmente ignoramos. Só que o choro começou a ficar cada vez mais alto. Nós ficamos preocupados, e fomos até o jardim de casa, pensando que alguém poderia estar precisando de ajuda. Só que lá fora nós não ouvíamos nada! Quando entramos de novo, ouvimos o choro! Nós entramos e saímos da casa mais algumas vezes, e era sempre a mesma coisa. Do lado de fora, nada. DO lado de dentro, o som de um bebê chorando. Então o meu marido parou no pé da escada e viu que o choro estava vindo do andar de cima. Para ser exara, de um quartinho que nós usávamos para guardar tranqueiras.
Não preciso nem dizer que isso me deixou completamente APAVORADA!!! Eu acabei convencendo ele a mudar o nosso quarto e o quarto do nosso filho para o andar de baixo da casa. Só que depois disso as coisas realmente começaram a acontecer...
Algumas coisas sumiam e só reapareciam depois de alguns dias. Não era incomum eu trancar a porta do quarto de empregada para deixar ela fechada, e colocar cadeiras em algumas outras para deixar elas abertas. Eu odiava ter que subir as escadas para fazer alguma coisa lá em cima, ainda mais sozinha. Eu sempre sentia que o meu coração estava sendo apertado. Isso sem falar na garagem. Parecia que tinha algo sempre me espreitando lá dentro, pronto para atacar.
Por algum motivo, o único cômodo em que eu me sentia bem e segura, era o banheiro!! Eu odiava ficar naquela casa sozinha. Mas não importava muito para "eles" se eu estava sozinha ou não. Nada nunca nos machucou, mas tomamos muitos sustos que parecia que o nosso coração ia parar de bater!
Mais tarde eu descobri que a casa já tinha tido muitos inquilinos, mas nenhum ficava muito tempo lá, nunca mais do que alguns meses. Nós fomos os primeiros em muitos anos a ficar mais de um ano naquela casa!
O dono da casa morava quase do lado, e a nossa casa estava na família dele a anos. Ele nunca falou nada sobre a história da casa. Ou ele não sabia ou não acreditava.
Um amigo da família dele descobriu que nós estávamos na casa e contou para uma amiga minha que era para nós nos mudarmos o mais cedo possível, por que aquela casa não era um lugar seguro para se estar! Ele conhecia uma das famílias que tinham morado lá. Ele falou que temia pela nossa segurança por que sabia de algumas manifestações violentas que já tinham acontecido lá dentro. Ele falou que era incrível que ainda estávamos lá depois de tanto tempo, que ainda não tínhamos saído por conta própria! A família que ele conhecia ficou lá somente 1 mês!!! Quando eles estavam lá, objetos pesados eram jogados contra eles, as portas se fechavam na cara deles, acordavam de manhã com alguns hematomas pelo corpo, acordavam de noite com a cama chacoalhando violentamente, coisas assim. Depois de ouvir isso, eu falei para o meu marido "Amor... a gente vai embora!!" Nós nos mudamos na semana seguinte.
Como a casa foi construída bem na frente de uma curva perigosa, será que os espíritos de vítimas de acidentes que ocorreram ali acabam indo para na casa? Todos nós por aqui achamos que sim.
Nininha - S.P.
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