quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dançamos.




Passos não são incomuns de se ouvir enquanto você está sentando em seu porão, então eu não penso em nada quando eu ouço pequenas batidas vindo do andar de cima. Eu penso ser meu irmão, e continuo fazendo seja lá o que eu estiver fazendo no memento. Eles continuaram por alguns minutos e comecei a ficar irritado. Eles continuavam a ficar mais alto e mais alto e eu gemi de raiva, pensando no que meu irmão poderia estar fazendo tão tarde da noite. Eu, sentado lá, porque é impossível de manter o foco com o barulho. Quero dizer, parece que alguém está andando vigorosamente no andar de cima.

Fico sentando ouvindo as batidas ficarem mais rápidas e violentas. Eles continuam se movendo, agora quase começando a fazer um ritmo. Eles se mexem ainda mais rápido e mais violentamente e eles ficam batendo no andar de cima. Eu percebo que, seja lá o que essa porra for, não pode ser humano. Nenhum humano pode se mover desta forma.

"Mas que porra é essa?!" Eu finalmente grito. Depois disso os barulhos param. Tudo está muito quieto por um momento, e então ouço um calmo andar indo em direção a porta do meu porão. A porta é aberta pra trás e os passos param novamente. Eu fico ouvindo minha respiração nos próximos três minutos, depois suspiro, pensando tudo estar acabado. Mas parece que outra coisa também estava me ouvindo. De repente, eu ouço batuques descendo as escadas, e eu arrasto minha cadeira na ânsia de me levantar. Eu começo a correr em direção do armário mais perto, há tempo de ver uma criatura grotesca, sem pelos ou cabelos, se quatro patas, dançando em minha direção, sapateando seus pés inchados em um ritmo intoxicante. Eu mergulho para dentro do armário e fecho a porta com uma batida. Há meio segundo de pausa, e então ouço o mesmo ritmo na porta.

Ele apenas continua e continua sem pausas, sem descansos, sem alivio. Ele está nessa por horas agora, e eu me pego batendo meus dedos na porta no mesmo ritmo da música dele. Mas então no momento que eu começo, ele para repentinamente. Eu espero algum tempo, e olho para fora. Ele tinha ido embora. Eu ligo a luz e caio em uma cadeira. Estou seguro. Eu relaxo e fico pensando por alguns momentos. Mas então eu noto meus pés sapateando. Talvez essa música não seja tão ruim, eu quase sinto vontade de dança-la. Então eu me jogo no chão apoiado em minhas mãos e pés, e começo.

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