terça-feira, 16 de julho de 2013

A Fotografia


Minha amiga vai para a faculdade no Norte do Estado de Nova York. Ela gosta de caminhadas e acampamentos, e adora ir acampar sozinha nas montanhas para se comunicar com a natureza ou algo assim.


Normalmente, ela vai passar o final de semana inteiro lá, dirigindo-se depois de suas aulas na sexta-feira, e não voltando pra casa até domingo à tarde. Ela raramente leva pessoas com ela, preferindo experimentar as belezas florestais na solidão.

Isto é, ela costumava fazer tudo isso...

Mas decidiu parar depois da última vez que ela foi. A vez em que aquilo aconteceu.

Era final de outono do ano passado. Ela foi viajar para as florestas montanhosas, como de costume. Levou um par de câmeras que usou para tirar fotos da vida selvagem, árvores, paisagens e todas as outras coisas maravilhosas que você pode ver no Norte do Estado de Nova York. Durante todo o tempo que ficava fora, ela não encontrava nenhum outro ser humano, nem mesmo evidências de acampamentos. Em outras  palavras, ela passou o fim de semana isolada sem precedentes.

No domingo, ela voltou para a civilização, sentindo-se revigorada. Deixou as fotos em um lugar para serem reveladas - ela havia usado todo o filme nessa viagem - e continuou com sua vida cotidiana. Na terça-feira, ela pegou suas fotografias reveladas.

Levou-as de volta ao seu dormitório para folhea-las. Havia fotos de veados, árvores, nascer do sol, tudo que ela tinha fotografado. Porém, no meio da pilha de fotos, ela se deparou com algo que a deixou perplexa.

Ela segurava uma foto de uma jovem dormindo em barraca, tirada de cima, como se o fotógrafo estivesse inclinado sobre a figura adormecida. O flash iluminava o rosto da jovem, deixando muito claro quem estava na foto...

Ela mesma.

Quando sua confusão inicial passou, ela sentiu o terror preenchendo as lacunas que deixaram para trás. Ela folheou as fotos restantes rapidamente, mas todas eram fotos que ela mesma havia tirado; paisagens, beleza e vida selvagem.

Ela passou uma eternidade olhando para aquela foto, tentando encontrar alguma explicação que não a aterrorizasse, mas não conseguia. Pior ainda, quando ela olhou a foto de perto, ela pôde ver algo atrás de suas costas, escondido pela sombra e fora de foco. Algo estranho. Algo perturbador. Algo como uma mão estendida.

Sem comentários:

Enviar um comentário