Antes de eu começar eu gostaria de dizer que isso realmente aconteceu comigo. Foi uma das muitas coisas bizarras que já me aconteceram.
Quando eu era pequena - 4, talvez 5 anos - eu dormia no quarto dos meus pais. A minha cama ficava encostada em um canto. Eu não sei ao certo quando tudo começou, mas eu me lembro da névoa. Começou como uma sombra. Uma sombra tão escura que embaçava a visão do teto acima da cama dos meus pais. Quanto mais seu olhava para ela, mais ela mudava de forma. A sombra parecia clarear, ficando como uma névoa. A névoa era esbranquiçada e ficava sobre a cabeça deles, nunca se expandindo, só ficava ali. Como uma pequena nuvem.
Eu soube o que fazer sobre aquilo. Acabou se tornando uma coisa comum para mim. Uma noite eu acordei com a sensação de estar sendo observada. Eu virei e olhei para os meus pais e o que eu vi arrepiou os meus cabelos.
Tinha uma outra nuvem sobre eles agora. Mas essa era vermelha. Ela parecia pulsar quanto mais seu olhava. Pela primeira vez eu estava eterrorizada. Eu comecei a chorar e a minha mãe acordou e veio ver porque eu estava chorando. Eu contei para ela o que eu tinha visto e ela falou para eu não me preocupar com aquilo. Eu acho que ela não viu porque tinha acendido a luz e a névoa sumiu. Eu estava insistindo tanto naquilo que ela me levou para dormir na cama dela, entre ela e o meu pai. Eu fui porque estava muito assustada para ficar sozinha na minha cama.
Enquanto eu estava lá eu podia sentir a energia que vinha daquelas nuvens. A vermelha tinha me apavorado mais do que nada na minha vida inteira. Sempre que ela aparecia eu não conseguia dormir, eu só olhava para ela e chorava. Vinha um sentimento de desespero que tomava conta de mim. A branca era exatamente o oposto. Eu me sentia bem sempre que ela estava lá. Sentia uma paz total.
Eu nunca entendi porque elas estavam lá, mas sempre que a vermelha aparecia os meus pais acordavam de mau humor e passavam a manhã inteira discutindo. Até hoje eu não sei o que elas queriam.
Enquanto isso, a batalha entre o Bem e o Mal continua...
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terça-feira, 22 de dezembro de 2015
A NÉVOA
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