Kuankun, Kwuankun, Kuan Yü, Guanyun ou Kuan Ti – Divindade protetora das academias ou Associações de artes marciais ( enfoque especifico ), dos negócios e de tudo que envolva retidão justiça e coragem. Se enquadra na categoria dos personagens históricos que, por seus atos e pelo reflexo destes sobre o imaginário popular, acabaram transformados em divindades. É um dos personagens mais queridos do folclore Chinês, o que faz com que seja um dos mitos mais ricos em lendas, histórias e até escritos e peças teatrais.
Kuankun é o mais conhecidos dos heróis do chamado período ou Era dos reinos combatentes ( período histórico situado entre 453 e 221 a. c. , quando os reinos de Wei, Wu e Shu, Chi, Yueh e Chin disputaram a supremacia do velho império – o nome China teria nascido de Chin o reino vencedor); teria vivido entre 160 e 219 a. c.
Entre as histórias que lhe são atribuídas
está a que afirma que ele teria sido um rapaz comum do campo que teve de fugir de casa
depois de salvar uma garota das mãos de um magistrado cruel. Ele matou o magistrados e,
para fugir, ingressou no exército de um dos reinos da China. Outra lenda narra seu
encontro com Chang Fei e Liu Pei, do reino Shu, com quem formaria uma das mais importantes
trincas de heróis divinizados da antiga China. A caminho da conscrição, Kuankun teria
encontrado Chang Fei, um açougueiro que desafiava qualquer pessoa a erguer do chão uma
pedra de 180 Kg.
Sob o qual estava um grande pedaço de carne.
Até então ninguém havia vencido. Aceitando o desafio, Kuankun ergueu a pedra e se
apoderou da carne, provocando a ira de Chang Fei. Os dois começaram uma briga
violentíssima, que só foi encerrada com a intervenção de Liu Pei. Mais tranqüilos,
perceberam que tinham muitas coisas em comum e se tornaram amigos. Em um campo de
pessegueiros, os três fizeram um juramento de amizade pelo qual se obrigavam a viver e
morrer juntos. ( para muitos chineses, este acordo é um exemplo de ideal de amizade).
Como soldado, venceu muitas batalhas até ser
capturado pelo rei Wu Sun Chíuan. Por não se render, foi condenado à morte e executado
na localidade de Hsiangyang, em Hupei. A tumba contendo seu corpo estaria localizada em
Tangyang e sua cabeça teria sido sepultada em Loyang ( Henan ), uma localidade situada ao
lado do mosteiro de Shaolin.
Sua arma o Kuan Tao ( Kuan To ou Ka Wan Tou )
– "espada de Kuan" faz parte do universo de armas do Kung Fu, sendo
praticada na forma de rotina ( Katy ) em vários estilos ( inclusive no Shaolin do Norte
). O nome da arma segundo a lenda é "Dragão Verde".
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:
As lendas mostram esta transformação de
homem comum em divindade: segundo o folclore Kuan Kun teria 2,70 metros de altura e uma
barba de 60 cm; a face seria vermelha "como uma jujuba", seus olhos semelhantes
a de uma fênix e suas sobrancelhas, semelhantes a minhocas. Nos templos muitas vezes é
representado junto com seu cavalo "Lebre Vermelha" ou, então, cercado por seus
auxiliares, o filho adotivo Kuan P’ing e o seu escudeiro Chou T’sang.
Uma das lendas relacionadas a Kuankun afirma que
ele teria sido fecundado por uma divindade solar e que sua mãe, ao invés de ter um parto
normal, teria botado um ovo. O marido, com medo do que pudesse sair do ovo e furioso com o
filho que, ele desconfiava, não era seu, tentou destruí-lo quebrando a casca antes que
eclodisse. O menino lá dentro estava quase que totalmente formado, a não ser pela face (
ainda vermelha). Mesmo tendo vindo ao mundo antes do tempo, o garoto sobreviveu e cresceu,
vindo a se tornar um herói. Não perdeu, porém, o rosto vermelho, fruto da ira de seu
pai.
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