OS SEGREDOS DO VATICANO REVELADOS
OS SEGREDOS DO VATICANO REVELADOS
Tanto faz morrer quanto abdicar, o passo seguinte é o mesmo, quando se
trata de escolher quem será o novo Papa da Igreja Católica Apostólica
Romana. No caso especifico do Cardeal Joseph Ratzinger, que virou Bento
XVI após assumir o papado, agora ele volta a ser apenas Cardeal e
ninguém mais poderá chama-lo de Bento XVI; isso porque ele anunciou que
irá abdicar ao Trono; e o que poucos sabem e nunca pesquisaram, a
cátedra de Papa, embora eleito por colegiado, quem o assume se torna
automaticamente Chefe de Estado, pois o Estado da Cidade do Vaticano é
um país independente que assume ao mundo sua posição de Monarquia
absoluta; e neste caso, o Papa é um monarca; podendo ser referido como
Sua Santidade, para os que em sua religião creem ou como Sua Majestade.
Por ser Estado soberano, possuir cadeira permanente na ONU e ser
reconhecido como tal pela maioria das nações da Terra, o Vaticano tem
leis próprias, inclusive criminais, moeda, banco, prefeitura e até o
cargo de Presidente; atualmente assumido pelo Cardeal Giuseppe Bertello,
que preside a Comissão Pontifícia, mas que não assume nenhum poder
papal em caso de renúncia ou morte do pontífice.
Bento XVI
declarou e no caso da lei canônica é irreversível, que deixará o trono
no próximo dia 28 de fevereiro às 20:00h, horário de Roma. Depois dos
protocolos oficiais em que ele será oficialmente destituído,
automaticamente o Vaticano, através do Colegiado de Cardeais, que é uma
espécie de Ministério de Estado, declara o Cargo Vago; e todos os
conselheiros nomeados por Bento XVI são, também, destituídos.
Assume todas as funções administrativas do Vaticano o Cardeal
Camerlengo, que em tradução é “adido à câmara” ou responsável pelo
tesouro. Este Cardeal Camerlengo também é parte do Colégio de Cardeais, a
maior força antes do Papa. O Camerlengo tem brasão próprio e é detentor
de título de nobreza provisória, pois é nomeado também; e seu título e
importância existem desde o ano 1073. Atualmente o Camerlengo é o
Cardeal Tarcisio Bertone, empossado em 2007.
Depois que Bento
XVI for confirmado como ex Papa, Tarcísio Bertone retirará a aliança de
ouro do dedo anelar e o destruirá com um martelo de prata. O que muitos
conhecem como o Anel dos Pescador, dentro do colégio de Cardeais se
chama: Anulus Piscatoris! Ato simbólico que demonstra a vacância do
cargo e a destituição irreversível daquele pontífice; e declara-se
convocado o Conclave!
O próximo passo constitui em o Camerlengo
notificar os oficias apropriados da Cúria Romana e o Decano do Colégio
dos Cardeais. Depois, ele começa os preparativos para o conclave; uma
reunião onde um conchavo político se inicia até que um nome seja eleito,
de qualquer forma, para ocupar o cargo vacante. Cardeais do na mundo
inteiro são convocados a irem ao Vaticano para em clausura na Capela
Cistina entrarem num acordo, que eles chamam de eleição democrática.
Somente os Cardeais com menos de 80 anos podem votar, mas os mais
antigos não só podem participar, como também influenciam os mais novos
na escolha do novo nome. Muitos acreditam e afirmam que estes Prelados
mais velhos são os que mais exercem poderes dentro da Cúria, pois são
eles que detêm a maioria dos segredos da Santa Sé, inclusive o maior de
todos os segredos...
Até que o legatário do papado vacante seja
escolhido, o Cardeal Camerlengo toa como o Chefe de Estado atuante do
Vaticano. Ele não é, todavia, responsável pela liderança da Igreja,
porque Estado e igreja são duas coisas diferentes, mesmo que se
confundam. Durante a sede vacante, o Camerlengo é incapaz de tomar ações
próprias do Sucessor de Pedro, como por exemplo, escrever encíclicas,
designar ou acoplar episcopados; nomear bispos ou reconhecer milagres
que façam novos beatos ou santos.
A Constituição Apostólica
“Universi Dominici Gregis” alocou a tarefa de reger a Igreja, durante a
Tempe sede vacante, na mão do Colégio dos Cardeais, apesar desse poder
governamental ser extremamente restrito, permitindo apenas que a Igreja
continue operando e realizando papéis básicos administrativos; sem poder
tomar decisões ou convenções que são normalmente delegados tão-somente
ao Papa, como já citados. O Camerlengo, ainda assim, mantém seu
escritório durante a sede vacante, ao contrário do resto da Cúria
Romana.
Dois Cardeais Camerlengos conseguiram se tornar Papas
ao logo da história; o primeiro foi Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi
Pecci Prosperi Buzzi que se tornou Papa Leão XIII em 1878; e o segundo
foi Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli, eleito Papa Pio XII em
1939; este último, acusado de ter ativa participação nas conspirações de
Hitler durante a 2ª Guerra.
Ser Camerlengo não é algo somente
extraordinário; ocupar o cargo é o mesmo que possuir todas as chaves da
Santa Sé. O Camerlengo é o sujeito cuja confiança do Pontífice deve ser
imutável. As duas chaves que compõem o brasão do Camerlengo, as mesmas
que aparecem em muitos brasões papais, demonstra que ele; e somente ele;
pode abrir e fechar todas as arcas da igreja em caso de vaga do Sumo
Sacerdote. Nem mesmo o colegiado de Cardeais pode agir, em ausência do
Papa, sem a ordem expressa do Camerlengo.
Muito embora haja
regras claras sobre como eleger um novo Pontífice, caberá ao Cardeal
Tarcísio Bertone, atual Camerlengo, lembrar auspiciosamente a todos os
colegas de como proceder uma vez reunidos para esta finalidade. Da mesma
forma que caberá ao mesmo Bertone, lacrar as portas da Capela Cistina
antes do início oficial do Conclave; isso porque, a Lei Canônica
determina isolamento pleno do mundo exterior, durante o Conclave; e
relembrando que há Estado Vacante, cabe também ao Camerlengo punir, caso
haja necessidade.
Desde o Concílio de Trento que o Papa atua
como legislador, executor e julgador; ele exerce sozinho as funções dos
três poderes e desta forma é um dos mais influentes homens enquanto
Papa. O Bispo de Roma, ou Papa, precisa ser doutor e mestre supremo da
Igreja; necessita ter prelado sobre questões canônicas e litúrgicas,
podendo glosar, legislar, alterar, e revogar as leis canônicas
estabelecidas por seus antecessores. O pontífice também deve determinar o
que deve ser acreditado por todos os fiéis, prescrevendo credos e
determinando quem e quando, deve fazer uma explícita profissão de fé.
Em virtude de seu prelado judiciário, o Papa pode deliberar sobre as
“causae majores”, isto é, os processos que tratam de assuntos
importantes na Igreja, como conflitos entre jurisdição de bispos e
acusações de irregularidades praticadas por algum prelado, também
podendo lidar com “causae minores”. Em ambos os casos é ajudado pelo
Tribunal da Rota Romana e pelo Supremo Tribunal da Assinatura
Apostólica. O papa pode infligir punições e censuras quer por via
judicial ou por leis.
Como o governador da Igreja, o Papa tem o
direito sobre todas as nomeações para os seus cargos, somente ele pode
nomear bispos e prelados, ou caso a nomeação tenha sido concedida a
outros, ele deve confirmá-la. Além disso, só ele pode mover bispos de
uma sé para outra, aceitar a sua demissão ou aposentadoria, e pode, onde
existe causa grave, depô-los. Somente o Papa pode criar dioceses e
dividir as existentes, bem como aprovar novas ordens religiosas e se
julgar conveniente, isentá-las da autoridade de Ordinários locais.
Somente ele pode convocar um concílio ecumênico, e para que as suas
decisões entrem em vigor, elas precisam de sua autorização.
O
homem que assumirá todos estes poderes constituídos dentro do Vaticano, e
fora dele; que indicará embaixadores para inúmeros países, inclusive a
ONU. O homem que concentrará uma das maiores fortunas do planeta em
obras de arte, tesouros, documentos raros, joias, ouro e muitos outros
segredos, não pode ser qualquer pessoa. Abertamente a Cúria Romana diz
que 118 participantes do Conclave terão chances iguais de se tornar o
novo Papa em substituição a Bento XVI, mas quem estuda o Vaticano há
anos sabe que menos de 8 efetivamente possui chances, porque são estes
os predestinados em cédula oculta; e a cada baixa que este grupo
sigilado sofre, um novo membro já é indicado para substituí-lo.
A renúncia do Papa é possibilitada no Artigo 332 §2 do Código de
Direito Canônico. As únicas condições para a validade da renúncia são de
que sejam realizadas livremente e manifestadas adequadamente. O direito
canônico não especifica qualquer indivíduo ou entidade a quem o Papa
deve manifestar a sua abdicação, deixando, talvez, em aberto a
possibilidade de fazê-lo à Igreja ou ao mundo em geral. O Colégio de
Cardeais, ou pelo menos seu Decano, deve ser informado, já que os
cardeais devem estar absolutamente convencidos de que o Papa renunciou
para que possam proceder validamente para eleger seu sucessor.
Eleger um Papa é uma das tarefas mais árduas dentro da Santa Sé; e mesmo
que haja cartas marcadas, pois o há; nem todos os eleitores possuem o
mais vasto conhecimento e não se convencem fácil deste trilho já
traçado; fazendo com que muitos Conclaves sejam explosivos e duradouros.
Dois Conclaves antigos já chegaram a passar de dois anos até que fosse
promulgada a escolha; mas todos foram mantidos meticulosamente sob o
mais forte sigilo; salvo em contrário, as penas podem variar entre uma
simples advertência, com perda de Poder; até mesmo o cárcere sempiterno;
fato último que não se afasta completamente de sê-lo empregado ao
Cardeal Ratzinger após 28 de fevereiro; e devemos lembrar que em seguida
o mesmo Ratzinger será submetido a uma cirurgia cardíaca que o Vaticano
afirma ser simples...
Ainda sobre a eleição, após encerrados
os protocolos da Cúria com o Conclave, escolhido o nome; lança-se ao
fogo todas as cédulas e documentos usados pela Ordem durante as
cerimônias; e faz-se subir fumaça branca, para que o mundo saiba do fim
da preferência. A esta hora o eleito já saberá qual novo nome irá usar,
bem como o que lhe servirá de paramentos especiais, insígnias, tiara
(coroa papal), pálio (faixa de tecido sobre os ombros), brasões e o anel
do pescador; e então o eleito, já de posse das chaves de ouro e prata,
se apresenta formalmente ao mundo; e a Santa Sé espera que este lhe
sirva até a morte...!
Documentos não oficiais, ou seja, não
reconhecidos pelo Vaticano, afirmam que todas as etapas de escolha dos
últimos 20 papas ocorreram de forma bem definida, pois a Cúria já teria
determinado quem seria e o que ele faria. Ser Papa sempre foi, e ainda o
é, ofício de muito valor, pois delibera sobre a fé de bilhões de
pessoas e com bilhões de Euros!
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