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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

ALÉM DO TUMULO


O meu pai trabalhava como motorista para uma firma de entregas. Como na época o dinheiro estava curto, as vezes ele trabalhava dois turnos seguidos quando algum outro entregador não podia trabalhar. Muitas vezes ele tinha que ir fazer entregas em outras cidades e acabava passando a noite fora de casa.

Quando ele chegava em outras cidades ele ligava para a minha mãe, deixava o telefone tocar três vezes e desligava, então ligava de novo deixava o telefone tocar duas vezes e desligava de novo. Esse era o jeito dele falar que estava tudo bem, que ele amava ela e que tinha encerrado o dia.

Em abril de 1984, o meu pai teve um ataque cardíaco enquanto dormia e faleceu. De noite, depois do funeral, a minha mãe e a minha avó estavam sentadas na sala, conversando. Eram mais ou menos umas 10:15 da noite quando o telefone tocou. Ele tocou três vezes e parou, depois tocou duas vezes e parou. Um grande sorriso apareceu no rosto da minha mãe. A minha avó perguntou porque ela estava sorrindo. A minha mãe apenas falou sorrindo falando que era o meu pai, ligando para falar que estava tudo bem, que ele amava ela e que tina encerrado o dia.

Eu sei que essa não foi uma história assustadora de fantasma, mas isso ajudou a minha mãe e eu nos momentos mais difíceis da nossa vida. E gostoso pensar que o amor pode durar alem do túmulo.

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