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terça-feira, 3 de setembro de 2013

VELHO VAMPIRO


Eu tenho uma história (não é sobre fantasmas, é sobre vampiros e um real) que o meu avô me contou, ou melhor, vive me contando, por que ele adora contar essa história o tempo todo.

Quando o meu avô era jovem, ele morava na Grécia (a minha família é grega, imigrantes gregos). Ele gostava muito de viajar para as vilas vizinhas da vila dele, para visitar os amigos dele. Ele geralmente saia da casa dos pais dele lá pelo meio dia, e só voltava no dia seguinte. Isso porque geralmente ele dormia na casa dos amigos ao invés de voltar pra casa de noite, porque além de ser supersticioso, era muito medroso (palavras dele).

Bem, numa tarde ele resolveu ver um amigo em uma das vilas vizinhas, a cerca de 4km da vila dele. Ele tinha que passar por uma estrada que atravessava alguns campos para chegar lá (e como não tinha eletricidade, não tinha iluminação). Enquanto ele andava pelo campo, ele viu mais pra frente dele, um velho alto andando devagar, na mesma direção que ele. Ele não conseguiu identificar quem era. Quando ele chegou perto, o velho se virou e o cumprimentou. O meu avo (que na época não nenhum vovô, apenas um jovem com seus 20 anos) o cumprimentou de volta pensando o seguinte: "bem, eu não sei quem ele é, e eu conheço todos da vila. Logo ele é um estranho. Logo, tenha cuidado!" E eles continuaram a caminhar juntos.

O velho estranho começou a resmungar e a falar que ele tinha visitado a irmã dele e que agora estava indo para casa. "Qual é o nome da sua irmã?" o meu avô perguntou, e quando o velho respondeu ele pensou consigo mesmo que não tinha nenhuma mulher na vila dele com aquele nome. O velho continuou a resmungar e a falar de pessoas da vila que ele conhecia e fofocava sobre elas, mas o meu avô não conhecia NENHUMA DELAS! O velho até falou sobre casas que não existiam na vila. O meu avô deu uma olhada a mais naquela figura alta, e velha e percebeu que o velho parecia estar esgotado, e era muito estranho, muito peculiar.

A uma certa altura o meu avô começou a ficar com uma impressão muito ruim sobre o velho, presumindo que fosse algum lunático ou coisa parecida. Outra coisa que o meu avô pensou era que o velhote podia estar tendo um caso com alguém da vila e estava contando mentiras para encobertar tudo.

Bem, o meu avô, o corajoso (...), decidiu que era melhor deixar a estranha companhia de lado, e sair de perto dele o mais rápido possível. Já estava escuro e ele já estava ficando muito apreensivo, e não queria arriscar nada. Ele falou para o seu companheiro viajante que tinha que tirar um pouco de água do joelho. Ele entrou no meio do mato que tinha perto da estrada, e como era muito corajoso, saiu correndo pelo campo para achar outro caminho.

Mas acabou se perdendo... Ele começou a perambular pelos campos e não conseguia achar o caminho para a vila do amigo. Algumas horas depois ele achou que era melhor voltar para casa. Sim, ele acabou se perdendo de novo e não achou o caminho de casa! Enquanto ele andava por umas plantações (de pêssego) ele viu uma luz na distância. Chegando mais perto ele viu o que parecia ser uma lanterna a óleo pendurada em uma árvore, quase coberta por mato. "Bem," ele pensou "deve ser alguém da vila trabalhando até tarde na plantação. Eu vou até lá pedir informações" Ele se aproximou da lanterna e gritou "Alô? Tem alguém aí?" Ninguém respondeu, mas então, por de trás dos arbustos, aparece a cabeça do velho, com um sorriso maléfico no rosto e os olhos fixos nele "Meu caro rapaz, por onde você andou? Eu achei que tinha perdido você!"

Depois de ouvir isso, o meu avô começou a tremer de medo, convencido de que o velho era um vampiro ("de que outro jeito ele poderia ter chegado onde eu estava tão rápido? Impossível! Nem o vento é tão rápido assim!" palavras dele!). O meu avô virou e saiu correndo, o tempo inteiro olhando para trás, xingando e gritando para o vampiro, e implorando para ele não segui-lo, o que o vampiro não fez.

Enfim o meu avô acabou chegando na vila, um pouco antes do amanhecer, e correu para casa. A irmã dele (que ainda está viva) lembra até hoje como ele estava abatido. Ele não conseguia falar uma palavra sobre o que tinha acontecido com ele.

Mas será que isso realmente aconteceu com ele? Ou ele estava tendo alucinações impostas pelo medo? Depende de você decidir. Obrigado por ler a história do meu avô!

Leônidas - São Paulo - S.P. 

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