terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Gregos


DEUSES PRIMORDIAIS

CAOS – Segundo Hesíodo em sua obra, Teogonia, Caos foi à primeira divindade a surgir. Os filhos destes nasceram de cisões: Nix e Érebo nasceram a partir de pedaços dele. Do Caos também surgiram Gaia, a terra, Tártaro, as trevas e Eros, o amor. Caos é uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio de cisão de elementos. Parece ser um deus andrógino, característica comum a todos os deuses primogênitos nas mitologias antigas.

GAIA - Deusa da terra primordial, geradora dos demais seres. Gera sozinha Urano, com quem vem a se unir posteriormente e da origem os 12 Titãs, aos Ciclopes e os Hecatônquiros, Óreas(montanhas) e Pontos, o mar primordial. Geia diferencia-se no culto grego de Deméter por ser um elemento primordial e deusa cósmica, enquanto Deméter representa a terra cultivada. É a Mãe-Terra ou Grande-Mãe, simbologia comum as demais deusas geradoras do mundo em diversas mitologia

TÁRTARO – É o mundo inferior, as trevas. Surgiu a partir do Caos, era o lugar onde Urano aprisionou os seus filhos gerados com Gaia. Segundo Hesíodo em sua Teogonia, o Tártaro localizava-se abaixo do reino de Hades, a mesma distância que o céu era da terra. Com a divisão geográfica do Hades, uma divisão pós-homérica, o Tártaro se tornou o local de suplícios permanente dos grandes criminosos, mortais e imortais. De sua união com Gaia gerou Êquidna e o gigante Tífon.

EROS – Deus do amor, gerado por Caos, atribui-lhe também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos. Com o passar do tempo, várias versões surgiram a respeito do nascimento de Eros, dentre elas a que o deus do amor seria filho da união entre Hermes e Afrodite ou de Ares com Afrodite. Era representado como uma criança alada, armada de aljava e flechas, que fazia apaixonar os corações de deuses e homens. Seu correspondente romano era Cupido.

NIX – Personificação da noite, Nix surgiu do Caos e uniu-se com Érebo, união que gerou Éter(luz celestial) e Hemera(o dia). Percorria o céu recoberta por um manto negro por um carro puxado por 4 cavalos negros e acompanhado das Queres, suas filhas. Gerou também sozinha outros seres como Moros(sorte), Kera(a que decide a morte dos homens), Tânatos(morte), Hypnos(sono), Oniro(sonhos), Momo(escárnio), Oizos(miséria), as Hespérdes(tarde), guardadoras dos pomos de ouro, as Moiras(destinos), Nêmesis(retribuição), Apate(fraude), Filotes(amizade), Geras(velhice), Éris(discórdia), Limos(fome), Ftono(inveja), Ênio(deusa da carnificina), Lissa(loucura) e Caronte(o barqueiro do reino de Hades). Com sua união com Érebo, Nix foi considerada a primeira rainha do mundo das trevas.

ÉREBO – Personificação da escuridão, das trevas infernais. Gerou com sua irmã Nix Éter e Hemera. Demarcava seus domínios com mantos escuros e sem vida. Conhecido por ser um dos maiores inimigos de Zeus, Érebo socorreu os Titãs quando estes pediram ajuda para se libertarem do Tártaro, descendo pessoalmente até esse reino para libertá-los, porém Zeus e Hades o surpreenderam e com a ajuda de Nix acabou o lançado nas profundezas do rio Aqueronte.

ÉTER – Personifica o Céu superior, o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses. Filho de Nix com Érebo, irmã de Hemera(o dia). De sua união com Hemera gerou a Tristeza, a Cólera, a Mentira e Tálassa(deusa do mar primordial).

HEMERA – Personificação do dia, irmã de Éter. Personificação do dia como divindade feminina, guardiã das fronteiras entre o mundo aonde chegava à luz e o mundo das sombras.

ÓREAS – Deus que simboliza as montanhas, filho de Gaia. Nas antigas mitologias, as montanhas representavam o lugar que a humanidade prestava culto e segundo acreditava-se poder alcançar os deuses.

PONTOS – O mar primordial, surgiu de Gaia sem relação com outro deus. Com Gaia gerou Nereu, o velho do mar, e de Taumante dos aspectos perigosos do mar, Forcis e sua irmã e esposa Ceto, e de Euríbia. Com Tálassa gerou os Telquines.

URANO - Personificação do céu, foi gerado espontaneamentepor Gaia e com ela gerou os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Odiava os filhos e os faziam ficar preso no Tártaro até que ela revoltou-se com a atitude do deus e incitou uma revolta contra Urano. Com uma foice confeccionada pela própria Gaia, Cronos, o mais novo dos Titãs e o único a rebelar-se, ao momento que Urano iria unir-se a Gaia, castra-o e de seu sangue surgiram vários seres: os Gigantes, as Erínias e as Melíades. Do testículo, ao cair do mar, nasceu Afrodite, a deusa do amor. Urano simbolicamente traduz uma proliferação criadora desmedida e indeferenciada, destruindo o que gera.


PRIMEIRA GERAÇÃO DIVINA

TÍFON – Personificação da seca. Inimigo de Zeus foi incitado por Gaia a derrotar os olimpianos para vingar a derrota dos Gigantes. Era representando como maior que todas as montanhas e o corpo cercado de plumas e rodeado de serpentes. Era tão horrendo que até os Titãs, seus irmão, os rejeitaram. Enfrentou os deuses olimpianos e estes ao perceberem a aproximação do monstro, fugiram para o Egito e lá transformaram-se em vários animais, com exceção de Zeus e Atena que o enfrentaram. Após ser derrotado foi arremesado ao Tártaro. Gerou vários seres monstruosos em sua união com Equidna: Cérbero, o cão de 3 cabeças; Ortro, o cão de 2 cabeças que cuidava do rebanho do gigante Gerião; a Esfinge que assolava Teba;, o dragão da Cólquida Ládon; a Hidra de Lerna que aparece em um dos 12 trabalhos de Hércules;  Ethon, a águia que comia o fígado de Prometeu ; e a Quimera.

NEREU – Conhecido como o “velho do mar”, filho de Pontos, está entre as forças elementares do mundo. Desposou Dóris, uma das Oceânidas e com ela teve 50 filhas conhecidas como as Neréiades. Como uma divindade marinha, tinha o poder da profecia e de se metamorfosear-se em vários seres. Era representando como uma longa barba branca e cavalgando um tritão e considerado uma divindade pacífica e benfazeja.

TAUMAS – Divindade marinha, filho de Pontos e Gaia. De sua união com Electra, uma das oceanides, gerou as Harpias e Íris, a mensageira dos deuses.

FÓRCIS – Divindade marinha, filho de Pontos e Gaia. Com sua irmã Ceto gerou filhos mostruosos: as Górgonas, Ládon, as Gréias e Equidna.

CETO – Irmã de Fócis e uma divindade marinha. Personificava os horrores e formas estranhas e exuberantes que o mar pode revelar.

EURÍBIA – Filha de Pontos com Gaia. Uniu-se ao Titã Creo dando origem a Astreu(os ventos), Pallas(belicosidade) e Perses(destruição). Representa as forças incontida nos mares como maremotos e tsunamis.

MORO – Personificação da sorte e do destino, filho de Nix. Sem ver a quem reservava o futuro, tinha o caráter da inevitabilidade. Deuses e mortais a ele eram subordinados.

MOMO – Personificação do sarcasmo e das ironias. Foi Momo que aconselhou Zeus a entregar Tétis em casamento a um mortal e dessa união nasceria um filho e ele próprio engendraria uma filha que suscitaria uma guerra entre asiáticos e europeus, a Guerra de Tróia, que teria muitos mortos que daria equilíbrio demográfico necessário.

TÂNATOS – Personificação da morte, filho de Nix e Erebo. Irmão gêmeo de Hipnos, o Sono, era representado como um homem de cabelos e olhos prateados, conhecido por ter um coração de pedra e entranhas de bronze. Seu único mito de importância foi quando Zeus pediu para ele ir á procura de Sísifo, por esse ter delatado o deus na sua união com Egina, filha do rio Asopo. Sísifo o elogiou pela sua beleza e com isso acabou prendendo Tânatos, cessando assim a morte de qualquer ser vivo. Hades, assim que teve conhecimento do ocorrido, libertou a morte e o enviou para trazer Sísifo imediatamente ao mundo dos mortos.

HIPNOS – Personificação do Sono, filho de Nix e Erebo e irmão gêmeo de Tãnatos. Era representado como um homem de cabelos e olhos dourados. Viveu na Ilha de Lemmos e percorria o mundo rapidamente e fazia adormecer todos os seres. Hipnos teve 5 filhos: Morfeu, personificação dos sonhos, Icelos, responsável pelos pesadelos e aparece nos sonhos nas formas de animais e monstros, Fantaso, que aparece nos sonhos nas formas de objetos inanimados, os mil Onírios e Fantasia, sua única filha, personificação do devaneio.

NÊMESIS – Personificação da justiça divina, deusa da Ética, castigava inexoravelmente a presunção humana em suas atitudes de demasia e arrogância.

ÉRIS – Personificação da discórdia, filha de Nix. Aparece na mitologia como a provocadora da Guerra de Tróia ao gerar a disputa entre as deusas Hera, Afrodite e Atena, quando estas, participando da festa de casamento entre Peleu e Tétis, disputaram uma maçã dourada jogada pela deusa da discórdia. Acompanhava Ares em seu cortejo de guerra. Tinha vários filhos, sendo eles: Ponos(Fadiga), Lethe(Esquecimento), Limos(Fome), Algos(Dor), Horkos(Juramento), Hisminas(Disputas), Macas(Batalhas), Fonos(Matanças), Androctasias(Massacres), Neikeia(Ódio), Pseudologos(Mentiras), Anfilogias(Ambiguidade), Disnomia(Desordem) e Ate(Ruina, Insensatez).

GRÉIA – Personificação da velhice. Tinham apenas 1 olho e 1 dente e deles serviram-se. Aparecem na mitologia no mito de Perseu quando este estava a procura das Górgonas e ao capturar seu único olho as fizeram adormecer. Eram 3: Enio, Pefredo e Dino.

HESPÉRIDES – Personificação da tarde eram 3 deusas: Egle, “radiante”, deusa da luz avermelhada da tarde, Erítia, “esplendorosa”, deusa do esplendor da tarde e Hespéra, “crepuscular”, deusa do crepúsculo vespertino. Residiam nos Jardim das Hespérides e lá guardavam os Pomos de Ouro, um presente de Gaia a Hera na época do casamento com Zeus, capturados por Heracles em um de seus 12 trabalhos. São guardiãs das fronteiras entre os dias e as noites.

QUERES – Personificação do destino cruel, fatal e impossível de escapar, são deusas que trazem a morte violenta aos mortais, são filhas de Nix, geradas sem cópula. São representadas com gênios alados, vestidas de preto, com longas unhas que despedaçam cadáveres e bebem o sangue dos mortos e feridos. Aparecem em cenas de batalhas e de grande violência. Por serem deusas das mortes violentas, eram convocadas por Ares assim que ele partia para a guerra e após as batalhas devoravam os mortos e levavam as almas destes ao inferno. Eram 3: Hibride(desmedida), Limos(fome) e Poinê(a que castiga).

MOIRAS – Personificação dos destinos eram as deusas responsáveis pelo fio da vida dos mortais e dos deuses. Eram 3: Cloto, a que fia, segura o fuso e puxa o fio da vida, Láquesis, a sorteadora, enrola o fio da vida e sorteia o nome de quem deve morrer e Átropos, a que corta o fio da vida.


SEGUNDA GERAÇÃO DIVINA


OCEANO – É a personificação das águas que rodeiam o mundo, representado como um rio, o Rio-Oceano, pai de todos os rios. Da união com sua irmã Tétis originaram as ninfas dos mares, as Oceânidas, os rios e todos os seres marinhos. Na guerra entre os titãs e os deuses olímpicos se mantém afastado dos conflitos. Devido a sua vastidão é considerado a imagem da indeterminação primordial.

CÉOS – Personificação da inteligência casou-se com Febe, sua irmã e com ela teve Astéria, deusa estelar e Leto, deusa do anoitecer, mãe de Ártemis e Apolo.

CRÉOS - Personificação dos seres marítimos e seu poder destrutivo envolvia as criaturas desconhecidas do mar abissal. Casou-se com Euríbia e gerou Pallas, Astreu e Perses.

HIPÉRION – Personificação solar casou-se com Téia, sua irmã, e gerou Selene, a deusa lua, Hélios, o deus sol e Eos, a deusa da aurora.

JÁPETO – Casou-se com Climene e dessa união nasceram Prometeu, o criador dos homens, Epimeteu, Atlas, o gigante que sustenta a abóbada celeste e Menecéio.

CRONOS – Personificação do tempo é o mais novo dentre os Titãs. Único a revoltar-se contra Urano, a pedido de Gaia Cronos castrou o mesmo quando Urano foi unir-se a ela. Com a derrota do deus celeste, Cronos assumiu a soberania do universo e governou de forma bem pior que seu pai. Casou-se com Réia, sua irmã, da qual teve 6 filhos: Héstia, Démeter, Hera, Poseidon, Hades e Zeus. Derrotado pelos seus filhos, comandado por Zeus, foi atirado ao Tártaro com os demais Titãs. Na tradição órfica Cronos reconcilia-se com Zeus e acaba vivendo na Ilha dos Bem-aventurados.

TÉIA – Primeira das Titânidas, sua única aparição no mito se deve a união com seu irmão Hipérion na qual geraram Hélio, o sol, Selene, a lua e Eos, a aurora.

RÉIA – Esposa de Cronos, Réia tem papel importante no mito do esposo. Indignada pela atitude do esposo de devorar os filhos após nascerem, já que segundo um oráculo profetizado por Urano de que Cronos seria destronado por um dos filhos, quando estava grávida de Zeus Réia refugiou-se em uma gruta em Creta e lá deu a luz Zeus, Este, quando adulto, foi instigado pela mãe para destronar Cronos e vingar seus irmãos. Fazendo Cronos beber uma poção mágica e vomitou os filhos, Zeus e seus irmão aliaram-se e destronaram o titã, jogando-o junto com os demais no Tártaro.

TÊMIS – Personificação da justiça foi a segunda esposa de Zeus. Foi criada juntamente com Nêmesis pelas Moiras, já que Gaia havia entregue a Nix a filha para criá-la para livrá-la das loucuras de Urano, mas Nix estava cansada devido a várias gerações de seres e a entregou as Moiras. Têmis empunha a balança, com que equilibra a razão com o julgamento, é tida como a conselheira de Zeus, e apesar de ser uma Titânida, foi admitida pelos olímpicos e prestava vários serviços aos deuses.

MNEMOSINE – Personificação da memória, foi amada por Zeus e com ele gerou as noves musas: Calíope, preside a poesia épica, Clio, à história, Polímia, à retórica, Euterpe, à música, Terpsícore, à dança, Érato, à lírica coral, Melpômene, à tragédia, Tália, à comédia e Urânia, à astronomia.

FEBE – A mais belas das Titânidas, simbolizava a deusa lua primordial, representada como a lua cheia. Casou-se com Céos e gerou Leto e Astéria. Antiga deusa da profecia, Febe dividia o Oráculo de Delfos com Gaia e Têmis, mais tarde as deusas passaram essa função a Apolo.

TÉTIS – Personifica a fecundidade aquática, casou-se com Oceano e gerou as Oceânidas e os rios. Criou a deusa Hera por Réia á época da guerra entre os olímpicos e os Titãs. Em agradecimento, Hera reconciliou Oceano e Tétis que haviam se desentendido.


TERCEIRA GERAÇÃO DIVINA

ZEUS – Rei dos deuses, senhor do Olimpo e chefe dos deuses da 3ª geração divina, assumiu o comando do universo após destronar seu pai, Cronos. Zeus foi o único salvo por sua mãe, Réia, que impediu que o pai o devora-se. Zeus nasceu em uma gruta na Ilha de Creta e lá foi amamentado pela cabra Almatéia e criado pelos Curetes. Após saber que seus irmãos haviam sido devorados pelo pai, Zeus preparou uma cilada: entregou a Cronos uma porção mágica que o fez vomitar os irmão. Após 10 anos de luta, Zeus e o irmão venceram os Titãs e dominaram o Universo. Na partilha do mundo, juntamente com seus irmãos Poseidon e Hades, ficou com os domínios do céu e da terra. Seu principal mitologema é acerca de suas relações e prole com deusas e humanas. Pai de vários deuses, como Atena, Apolo, Artemis, Ares, Hebe, Hefesto, Perséfone e Dionísio, e de vários heróis como Heracles (Hércules), Perseu e de outros personagens como Helena, a causadora da Guerra de Tróia, Minos, um dos 3 juízes do mundo dos mortos e das Musas. Apesar de sua infidelidade, era casado oficialmente com sua irmã Hera, que perseguiu todos os seus filhos fora do casamento.

POSEIDON - Senhor dos mares, irmão mais velho de Zeus, assumiu o posto de deus marinho após a partilha do mundo. Seu principal mitologema gira em torno da disputa com Atena para saber qual dos dois seria o padroeiro da cidade de Atenas. Nessa disputa ele atirou uma lança ao chão que fez brotar uma fonte na Acrópole. Atena conseguiu vencê-lo criando uma oliveira. Na Ilíada já aparece como sendo deus supremo dos mares e durante a Guerra de Tróia esteve do lado dos gregos. Na Odisséia Poseidon aparece como um deus vingativo, impedindo Odisseu de retornar a ilha de Ítaca devido ao herói ter assassinado um dos filhos do deus, o ciclope Polifermo. Assim como Zeus, Poseidon teve vários filhos que eram de caracteres maléficos e violentos, dentre eles o ciclope Polifermo, o gigante Crisaor, Pégaso, Náuplio, os gigantes Aloídas, Oto e Efialtes e Tritão, com quem teve com sua esposa oficial, Anfitrite.

HADES – Senhor do mundo dos mortos, irmão de Zeus e de Poseidon, passou a governar o submundo após a partilha do mundo entre os 3 irmãos. Hades era descrito como um deus misterioso, impiedoso, insensível as preces e sacrifícios, intimidativo. Seu nome causava medo e era invocado através de eufemismos como Climeno (Ilustre) ou Eubeleu (o que dar bons conselhos) e raramente se envolvia nos assuntos humanos ou olimpianos, tendo saído apenas 2 vezes do seu reino: uma para o Olimpo para curar-se de uma ferida causada por Heracles e outra para raptar Perséfone. É nesse mito que melhor enfatiza Hades: vendo a garota brincando perto de uma fenda, Hades surge da terra e a rapta para o submundo. Angustiada com o desaparecimento da filha, Demeter, sua irmã, faz com que toda a plantação do mundo seque e a humanidade entra em um período de caos. Após intervenção de Zeus, Hades permite que Perséfone passe 6 meses do ano com sua mãe, período que corresponde a Primavera e Verão, e 6 meses no submundo como sua esposa, período do Outono e do Inverno. Teve poucos filhos, tais como Macária, única filha da relação com Perséfone, Oberon e Fégia.

HERA – Rainha do Olimpo, esposa oficial de Zeus e irmã dos demais deuses, Poseidon, Hades, Héstia, Demeter. Seu principal mitologema é a perseguição aos filhos de Zeus advindo das relações extraconjugais. Era representada de caráter severa e extremamente ciumenta e agressiva, Hera chegou a tentar matar o próprio Heracles quando este apenas era um bebê. Após a ascensão do mesmo ao Olimpo, refizeram as passes e entregou Hebe para ser esposa dele.

HÉSTIA – Deusa dos laços familiares simboliza o fogo doméstico. Foi cortejada por Zeus e Apolo, mas jurou virgindade. Suas sarcedotisas, as Vestais, em Roma, serviam a deusa durante 30 anos e só depois é que podiam casar-se e levarem uma vida normal. Não tendo um mito principal, Héstia era adorada como protetora das cidades e das famílias.

DEMETER – Deusa da agricultura, Demeter tem em seu principal mito o rapto de sua filha Perséfone pelo seu irmão, Hades. Após o rapto, Demeter pôs a vagar pelo mundo e uma catástrofe aconteceu: as plantas pararam de nascer, a terra tornou-se infértil. Com a intervenção de Zeus, Hades devolveu Perséfone à mãe, fazendo com o que ela passa-se 6 meses com a mãe e 6 meses no mundo dos mortos. Os Mistérios de Elêusis celebravam esse mito como símbolo de morte e ressurreição.

ARES – Deus da Guerra, filho de Zeus e Hera, descrito como o mais odiado dos deuses por ser sanguinário e violento. Vivia sempre em disputa com Atena, também deusa da guerra, mas não sanguinária como o irmão. Na Guerra de Tróia apoiou os troianos e no campo de batalha acabou sendo ferido por Diomedes quando este arremessou uma lança, que guiada por Atena atingiu o deus. Um dos seus principais mitos está ligado ao seu romance com Afrodite: a deusa era casada com Hefesto e certa vez o deus sol Hélio viu o casal unido e assim relatou a Hefesto. O deus das forjas então preparou uma cilada: colocou em volta da cama uma rede invisível e assim que Ares e Afrodite deitaram foram presos pela rede. Hefesto chamou todos os deuses que zombaram o casal. Em seu cortejo de guerra era acompanhado pelos seus filhos, Phobos (medo), Deimos (terror), pela irmã Éris (discórdia), Ênio (grito de guerra), Queres (devastação), Enyalio, filho de Ênio com Ares, Makhai (batalha), Hysminai (carnificinas), Polemos (espírito de guerra) e Alala, filha de Polemos. Ares também está ligado ao mito da fundação de Tebas, tendo Cadmo, rei da cidade, casado com Harmonia, filha do deus com Afrodite.

ATENA – Deusa da justiça e da sabedoria, filha de Zeus com Métis. Atena nasceu da cabeça de Zeus quando este, ao saber da gravidez de Métis e prevendo ser destronado por esse filho, segundo uma antiga profecia, engoliu a deusa e depois de alguns meses sentiu uma forte dor de cabeça. Pediu a Hefesto para dar-lhe uma machadada na cabeça e após esse golpe Atena saltou da cabeça do pai já adulta e armada. Em sua disputa pela cidade de Atenas com Poseidon, Atena ofereceu aos atenienses uma oliveira que produzia azeite e alimentos para a cidade. Atena era considerada uma deusa virgem e segundo versões tradicionais de seu mitologema não teve filhos, pois caso tivesse algum teria que abandonar as guerras.

APOLO – Deus da música, da arte, das profecias, era filho de Zeus com Leto, irmão gêmeo de Artemis. Patrono do Oráculo de Delfos, segundo o mito o local aonde o deus matou a serpente Píton. Em seu mito há vários casos de amores, tanto com homens quanto mulheres, como a ninfa Dafne e o jovem Jacinto e entre seus descendentes está Asclépio, deus da medicina. Durante a Guerra de Tróia esteve do lado dos troianos e era protetor de Heitor.

ARTEMIS – Deusa da caça, irmã de Apolo e filha de Zeus e Leto. Após o seu nascimento ajudou sua mãe no parto do irmão. Deusa virgem vivia vagando nas florestas e não deixava nenhum homem vê-la. Apesar de seu voto de castidade, Artemis chegou a apaixonar-se pelo jovem Órion, mas o ciúme de seu irmão fez com que ela o mata-se por engano, pois Apolo desafiou a deusa a atingir um ponto negro que indicava a tona da água. Artemis então atirou a flecha que atingiu o alvo que logo desapareceu no abismo do mar, onde logo viu espumas ensangüentadas. A flecha havia atingido Órion que ali nadava, pois estava fugindo de um escorpião enviado por Apolo para matá-lo. Ao saber do ocorrido e em desespero, Artemis pediu ao pai que transformasse Órion e o escorpião em constelação.

AFRODITE – Deusa do amor e da beleza, inspiradora de paixões entre os mortais e imortais, a deusa nasceu da espuma do mar quando Urano foi castrado por Cronos. Seu mito gira em torno de casos amorosos. Seu esposo oficial era Hefesto, o deus das forjas mas que confeccionou para a deusa as melhores jóias do mundo. Teve diversos casos com outros deuses e o mais conhecido deles é o caso da deusa com Ares, o deus da guerra. Alguns de seus filhos são Hermafrodito, filho que teve com Hermes, com Ares teve Eros, Phobos, Deimos, Anteros e Harmonia, com Apolo teve Himeneu, com Dionísio teve Príapo e o herói troiano Enéias com Anquises

HEFESTO – Deus do fogo, da metalurgia e das forjas, filho de Zeus com Hera. Segundo uma versão do mito, o deus era coxo por ter sido arremessado por Hera do Olimpo quando esta discutia com Zeus. Foi-lhe entregue Afrodite como esposa, mas ela o traia com deuses e mortais. Era o deus que confeccionava as armas dos deuses, tendo feito para Zeus uma égide e um escudo para enfrentar os Titãs. Também foi responsável pela criação de Pandora, a primeira mulher, e responsável de forma indireta pelo nascimento de Atena, pois está saiu da cabeça de Zeus após Hefesto desferir no deus uma machadada.

HERMES – Mensageiro dos deuses, deus do comercio e protetor dos ladrões, Hermes também era o deus que conduzia a alma dos mortos até a entrada do Hades. Filho de Zeus e Maia era o mais inteligente e astuto dos deuses, sendo o único filho de Zeus com outra deusa que Hera agradou-se. Hermes foi o inventor da Lira, com o qual trocou o instrumento com Apolo, recebendo em troca o Caduceu, e da flauta Siringe em troca de Apolo dar-lhe o dom da adivinhação. Entre seus filhos estão Hermafrodito, filho que teve com Afrodite e Pã, filho do deus com a ninfa Dríope.

DIONISIO – Deus da bebida, das festas, do lazer e do prazer, filho de Zeus e Sêmele. Hera com ciúmes instigou Sêmele a pedir ao seu amante, que caso ele fosse realmente Zeus que mostra-se toda a sua onipotência. Zeus avisou a Sêmele do que poderia acontecer, mas a mesma insistiu e assim que o deus mostrou todo o seu poder Semele acabou fulminada pelos raios. Zeus então retirou o filho que ainda estava em gestação e o colocou na coxa. Após o período de gestação, Dionísio foi criado pelas Horas e as Ninfas. Dionísio era caracterizado como um jovem risonho e festivo. Em suas festas as pessoas entravam em transe e as mulheres que o seguia eram chamadas de bacantes. Também considerado o protetor do Teatro.

ÉOLO – Deus dos ventos, filho de Poseidon. Seu principal mito resume-se a passagem de Odisseu em sua ilha. Ao chegar ao local Odisseu pediu ajuda ao deus. Este, compadecido pelo problema do herói colocou em um grande saco os ventos, mas pediu para não abrir o saco até chegar a Ítaca. Após embarcarem um dos tripulantes, pensando no saco ser ouro, decidiu abrir. Todos os ventos saíram do saco e os reconduziu novamente a ilha de Éolo. Odisseu pediu nova ajuda, mas o deus irritado o expulsou.so


OUTRAS DIVINDADES

PERSÉFONE – Filha de Zeus e Démeter, esposa de Hades. Seu principal mito é justamente a união com o deus do mundo dos mortos. Foi raptada por ele quando colhia flores com ninfas na planície de Ena. Apaixonado por ela, Hades surgiu de uma fenda na terra e a raptou para o submundo. Démeter, ao saber do rapto pôs a vagar pelo mundo e durante esse tempo a vegetação não nascia. Zeus, preocupado com o problema que se alastrava, já que as terras estavam estéreis e houve escassez de alimentos, solicitou que Hades devolvesse Perséfone a mãe, mas a mesma já havia comido uma semente de romã e por isso estaria ligada ao reino dos mortos para sempre. Dessa maneira estabeleceu-se um acordo: Perséfone passaria seis meses com sua mãe, época que correspondia à primavera e verão, e seis meses com o esposo, no período de outono e inverno.

EOS – A Autora, personificava o amanhecer, era filha de Hipérion e Teia, irmã de Selene e Hélio, era encarregada de abrir as portas do céu para a passagem dos carros de Hélio. Seu principal mito é em torno de sua relação com Titono, irmão mais velho de Príamo, rei de Tróia. Era tão apaixonada por Titono que o raptou e pediu para que os deuses concedessem a imortalidade mas esqueceu e pedir a juventude eterna, fato que o fez transforma-se num velho descrépito. Eos então pediu a Zeus que o transformasse numa cigarra. Também foi amante de Ares, deus da guerra, fato que deixou Afrodite enciumada e a fez jogar uma maldição em Eos para que ela apenas se apaixonasse por mortais.

ASCLÉPIO – Deus da medicina, filho de Apolo e de Corônis. Foi entregue ao centauro Quiron e aprendeu o poder curativo de ervas e a cirurgia, e adquiriu tanta habilidade que chegou a ressuscitar muitos mortos. Zeus o puniu e o fulminou com um raio. Após a sua morte Asclépio foi transformado na constelação de Serpentário.

ADÔNIS – Jovem de grande beleza que nasceu da relação incestuosa do rei Cíniras de Chipre com sua filha Mirra. Adônis despertou o amor em Perséfone e Afrodite e devido a essa disputa Zeus sentenciou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis não cumpria o combinado, passando mais tempo com Afrodite. Ares, sabendo da traição de Afrodite enviou um javali que matou Adônis. Adônis então desceu ao submundo e lá ao vê-lo Perséfone apaixonou-se por ele e compadecida com o sofrimento de Afrodite fez um acordo no qual ele passaria seis meses com ela e seis meses com Afrodite, mas o acordo foi quebrado e Zeus teve que intervir no problema, decidindo que durante 4 meses Adônis seria livre, 4 meses passaria com Afrodite e os outros 4 com Perséfone. Seu mito mostra que Adônis cumpre um rito da vegetação que durante o inverno morre, descendo ao mundo dos mortos e na primavera ressurge.

HEBE – Deusa da juventude, filha de Zeus e Hera, casou-se com Heracles assim que o mesmo ascendeu ao Olimpo após a sua morte. Representava a donzela que fazia trabalhos domésticos e no Olimpo tinha diversas obrigações: servia o néctar ao deuses, atrelava os carros de Hera e preparava o banho de Ares. Um dia foi zombada pelos deuses após cair numa posição inconveniente e após esse incidente negou-se a continuar os servindo.

HIMENEU – Deus do casamento, filho de Apolo e Afrodite. Era tão belo que os atenienses o confundiam com uma moça. Certa vez quando um grupo de moças nobres foram a Elêusis oferecer um sacrifício a Demeter um grupo de piratas atacou-as levando todas, inclusive Himeneu que foi confundindo com uma mulher. Himeneu os matos quando eles dormiam e retornando a Atenas prometeu trazer as moças de volta com a condição de que fosse lhe dado em casamento sua amada. Concordaram com o acordo e desde então Himeneu era invocado nos casamentos.

GRAÇAS – Deusas das danças, dos modos e da graça do amor, filhas de Zeus e Hera, eram 3: Aglaia, a claridade, Tália, a que faz brotar as flores e Eufrosina, o sentido da alegria. Eram seguidoras de Afrodite e dançarinas do Olimpo.

HORAS – Deusas que presidiam as estações do ano, filhas de Zeus e Têmis, eram 3: Irene(paz), Dice(justiça) e Eunômia(disciplina). Estão ligadas à legislação e ordem natural, sendo uma extensão dos atributos de sua mãe Têmis. Eram também as porteiras do Olimpo.

ÍRIS – Mensageira dos deuses, filha de Taumante e Electra, e também personificação do arco-íris. Íris é a mensageira dos deuses para os homens e é representada como uma virgem com asas de ouro.

HARMONIA – Deusa da harmonia e da concórdia, filha de Ares e Afrodite. Foi esposa de Cadmo, rei de Tebas.

PROTEU – Um dos deuses marinhos, filho de Oceano e Tétis. Tinha o dom da premonição e por isso atraia o interesse de muitos que queriam saber o futuro. Por não gostar de falar os acontecimentos que possam vim a acontecer, quando alguém se aproximava dele fugia ou assumia aspecto e um monstro marinho mas se o homem fosse corajoso revelava a verdade. Menelau foi um dos que conseguiram já que procurava saber se retornaria após a Guerra de Tróia.

GLAUCO – Divindade marinha, Glauco nasceu mortal, mas ao descobrir uma erva mágica que fazia voltar à vida os peixes que pegava decidiu experimentar. Após comer a erva tornou-se imortal. Apaixonado pela ninfa Cila, que sempre o rejeitava, pediu ajuda a Circe para criar uma poção mágica que fizesse Cila apaixonar-se por ele. Circe, rejeitada por Glauco, fez uma poção mágica e a jogou em uma fonte aonde Cila banhava-se. Cila então se transforma em um monstro de doze pés e seis cabeças. Foi à procura de Glauco, mas esse, ao ver o aspecto horrendo de Cila, fugiu dela. Circe aguardou Glauco ir procurá-la, mas esse, sabendo que tal fato aconteceu devido a Circe, não a perdoou pela crueldade.

ANFITRIRE – Deusa do mar, esposa de Poseidon, filha de Dóris e Nereu. A princípio, se recusou a unir-se ao deus, se escondendo nas profundezas dos oceanos, em um lugar conhecido apenas por sua mãe. Acabou cedendo, se tornando rainha dos oceanos. É representada portando um tridente, símbolo de sua soberania sobre os mares.

HÉCATE – Deusa da magia e da noite, filha de Perses e Astéria. Era conhecida como a mais próxima de nós, pois se acreditava que, nas noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. Ela enviava aos humanos os terrores noturnos e aparições de fantasmas e espectros. Era representada com 3 corpos e 3 cabeças ou apenas 1 corpo com 3 cabeças. Participou da Titanomaquia ao lado de Zeus, ajudou Demeter a procurar Perséfone e combateu Heracles quando ele tentou enfrentar Cérbero, seu cão de companhia no mundo subterrâneo.

PÃ – Deus dos boques, dos pastores, dos campos, filho de Zeus com a cabra Almatéia. Era representado com orelhas, chifres e pernas de bode. Amante da música, trazia sempre consigo uma flauta. Era temido por todos aqueles que necessitavam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que eram atribuídos a Pã; daí o nome pânico.

Celtas

Deuses Irlandeses

Parte I


ÁINE – Também conhecida como Cnoc Áine, que significa “monte de áine”, local de culto, é a deusa irlandesa do amor e da fertilidade. Era caracterizada por se de baixa estatura e possuir olhos claros e longos cabelos dourados. Protetora dos viajantes os ajudava quando estes se perdiam. Em algumas versões ela é esposa ou filha do deus do mar Manannám Mac Lir; em outra é descrita como sendo filha de Egobail, que também é filho do deus do mar. Está ligada aos mitos dos Tuatha Dé Danann.

AIRMED – Deusa da mitologia irlandesa, filha de Dian Cecth, seus mitos giram em torno do ciclo dos Tuatha De Danann. Possuía poderes de curas e com eles ajudou os feridos da batalha de Magh Tuiredh. Segundo os mitos as ervas de curas que existem nasceram de suas lágrimas quando chorava no túmulo do seu irmão Miach quando este fora assassinado pelo próprio pai. Possuía também encantamentos que poderiam ressuscitar os mortos.

ÁENGUS – Também conhecido como Óengus, Angus Mac Og é o deus do amor, da beleza e dos poetas dos Tuatha na mitologia irlandesa. Em algumas versões ele é filho de Dagda com Boann, está esposa de Echtain e tem entre seus principais mitos a ligação com o Brú na Bóinne, uma grande área onde ficam túmulos sagrados. Segundo essa versão do mito Áengus chegou ao local após o pai compartilhar entre seus filhos o local sem nada deixar para Áengus. Ele usou de artimanhas e pediu ao pai para permanecer no local por um dia e uma noite, e acabou tomando posse da área. Em outra versão do mito é Elcmar que é enganado por Áengus com a ajuda de Dagda. Nessa versão seu pai de criação é Midir. Outros mitos de Áengus aparecem nos Contos sobre a morte dos Tuatha De Danann, no Conto dos dois Baldes e na Batalha de Ventry.

BADB – Uma das três deusas da guerra da mitologia irlandesa, juntamente com suas irmãs Macha e Morrighan. Também era uma deusa da profecia. Seu mito está ligado aos Tuatha quando estes invadiram a Irlanda e entraram em guerra com os Fil Bolg, na conhecida Primeira Batalha de Mag Tuired. Badb e suas irmãs lutaram ao lado dos Tuatha, manifestando uma confusão entre os soldados do exército dos Fil Bolg. Em outras versões de mitos dizem que seus gritos são prenúncios de maus presságios.

BALOR – Rei dos Formorianos, uma raça de gigantes. Filho de Buarainech e Cethlem, possuir olhos gigantes, um em frente da cabeça e outro por trás. Segundo a mitologia irlandesa, uma profecia dizia que Balor seria morto por seu neto. Sabendo disso Balor decidiu trancar sua filha Ethlinn em uma torre. Cian, um dos Tuatha, ajudado por Birog, conseguiu entrar na torre e a engravidou. Ela deu a luz a trigêmeos. Balor, sabendo do ocorrido. Lugh, um dos filhos foi salvo por Birog e entregue a Manannan Mac Lir que o criou como filho. Anos depois Lugh liderou os Tuatha contra os Formorianos e ai a profecia foi concretizada: em uma das versões Lugh cegou seu pai Balor e o decapitou e usou sua cabeça, que possuía nos olhos poderes mágicos, contra os Formorianos. Outra versão diz que ao cair à cabeça de Balor seu olho ainda estava aberto e um raio fulminante abriu um buraco na terra que tempos depois se transformou em um lago, hoje conhecido como Lago do Olho, localizado em Sligo na atual Irlanda.
BANBA – Deusa padroeira da Irlanda, filha de Ernmas, um dos Tuatha Dé Danann. Segundo uma das versões de mitos irlandeses encontrado no Seathrún Céitinn, Banba foi a primeira pessoa a pisar na Irlanda antes do dilúvio.

BILÉ – Segundo a mitologia irlandesa Bile é o deus supremo, pai dos outros deuses e dos homens. Esposo de Dana e pai de Dagda é um dos lideres do Tuatha de Danann. Também é conhecido como o deus do outro mundo.

BRIGIT – Também conhecida como Brigid ou Brighid, é a deusa irlandesa da inspiração, cultuada pelos bardos, e tão possui atributos guerreiros. Outros atributos dado a essa deusa são o fogo, a cura, o lar, a fertilidade. Também era reverenciada na Britânia. Filha de Dagda, uma das Tuatha De Danann, e esposa de Bres, um dos Formorianos com quem teve um filho, Ruadan. Seu culto passou por transformações à época da cristianização, sendo depois assimilada ao Cristianismo como Santa Brígida.

BOANN – Deusa irlandesa da prosperidade e da abundância era esposa de Echmar. Seu principal mito gira em torno de sua traição dom Dagda; dessa relação nasceu Áengus. Echman viajou por nove meses pensando estar viajando há apenas uma noite e um dia; na verdade fora enganado por Dagda que usou de truques para esconder o adultério de Dagda.

BODBH – Também conhecido como Bodb Derg ou Bodhbh Dearg, era filho de Dagda e sucessor no trono dos Tuatha De Danann. Bodbh sobe ao trono após a derrota dos Tuatha na batalha de Tailtiu. Os seus rivais, com exceção de Lir, o reconhecem como rei do Tuatha. Bodbh persuade aos seus rivais a punirem Lir, mas depois Bodbh oferece a Lir duas de suas filhas em casamento. Em outro mito ajuda seu irmão Áengus a localizar a mulher que sempre aparecia em sonhos para seu irmão, conseguindo identificá-la como Caer Ibormeith, uma princesa, filha de Ethal Anbuail, que se transformava em cisne a cada festival de Samhain, ficando um ano nesse formato até o próximo festival, em que retornava a forma humana.



Parte II


CAILLEACH – É uma bruxa divinizada na mitologia irlandesa. Na Escócia é conhecida como Beira, a rainha do Inverno. Segundo os mitos as origens das altas montanhas e colinas têm origem com Cailleach: quando caminhava pedras caíram de seu avental e formou essas montanhas. Munida de um martelo, moldava essas construções. Governava os meses do inverno, que iam entre o Samhain (o primeiro dia do inverno) até Bealltainn (último dia do inverno). Tinha também por função proteger os animais no Outono e no Inverno.

CIAN – Pai de Lug na Mitologia Irlandesa. Seu casamento com Ethniu representa a união dos Tuatha Dé Danann e os Formorianos. Cian foi morto pelos filhos de Tuired, que havia sido responsável pela união dos Tuatha e dos Formorianos. Tentando fugir, Cian transformou-se em porco, mas mesmo assim acabou sendo morto. Lug, seu filho, vingou seu pai, dando aos assassinos missões impossíveis, no qual, apenas no último, os filhos de Tuired acabaram ferindo-se gravemente e faleceram.

CREIDHNE, GOIBNIU E LUCHTAINE – Deuses conhecidos como Trí Dée Dána, os três deuses das artes, filhos de Brigid e Tuiren. Artífices dos Tuatha forjaram as armas que estes usaram nas batalhas contra os Formorianos. Eram respectivamente o braseiro, o ferreiro e o carpinteiro.

DAGDA – é considerado o deus supremo na Mitologia Irlandesa, símbolo de masculinidade. Era também considerado uma figura paternal e protetor das tribos celtas. Geralmente representado com clava e um caldeirão de sangue, chamado Undry, onde diziam ser sem fundo que continha diversas propriedades mágicas, e uma harpa mágica de carvalho, com a qual, tocou e organizou as estações do ano. Foi o líder dos Tuatha, por um período de setenta ou oitenta anos, substituindo Nuanda que fora ferido na batalha contra os Formorianos. Foi pai de Bodb Dearg, Cermaint, Midir, Aine e Brigit.

DANU – Mãe dos Tuatha, considerada a deusa mais forte do panteão irlandês, e mãe de Dagda.

DIAN CECHT – Deus irlandês da medicina, pai de Cian, Cu e Cethé. Segundo um dos mitos, Dian salvou a Irlanda: Morrigu, esposa do deus do céu havia concebido um filho de aspecto horrendo, e Dian aconselhou que a criança fosse morta ainda bebe. Dian abriu o coração da criança e encontrou três serpentes que, se crescessem, devorariam toda a Irlanda. Dian destruiu as serpentes e atirou as cinzas delas em um rio próximo. As cinzas ainda continham veneno ao entrarem em contato com as águas a fizeram ferver, matando todos os seres vivos desse rio, passando a ser conhecido posteriormente como Rio Barrow, ou “ebulição” em irlandês. Substituiu o braço do rei Nuanda por um de prata; seu filho, Miach, fez para um rei um braço de carne e osso, despertando a ira de Dian que acabou matando o próprio filho por inveja. Sua filha Airmend também foi vitima da ira do pai: ao chorar no túmulo de seu irmão de suas lágrimas ao tocarem a terra nasceram ervas; ao tentar catalogá-las, Dian também matou sua filha e dizem que esse é o motivo até hoje os homens não sabem as propriedades de cura das ervas.  

ELCMAR – Irmão de Dagda, e, assim como seu irmão era o deus bom, Elcmar é seu contrário. Seu nome significa invejoso, ciumento. Sua esposa, Boand, teve um caso com Dagda e dessa união nasceu Oengus ou Mac Oc.

ÉRIU – Filha de Ernmas do Tuatha é a deusa matrona nacional irlandesa. Seu nome deu origem à expressão “Eire”, personificação moderna da Irlanda atual.  

ÉTAÍN – Deusa irlandesa da água, do sol (em sua triplicidade), dos cavalos, das fragrâncias e responsável pelas transmigrações das almas. Um dos seus mitos conta que Midir, dos Tuatha, se apaixona e se casa com ela, despertando a ira Fuamnach, que fora rejeitada. Esta, com ciúmes, transforma Étaín em uma piscina de água, e depois em borboleta. Midir não sabe que a borboleta é a sua amada que se torna companheira do marido. Midir, amargurado, rejeita as mulheres. Fuamnach então cria um vento que envia a borboleta para outro lugar por sete anos. Oengus reconhece Étáin em suas roupas, mas não pode ajudá-la, pois estava em guerra com Midir. Constrói um pequeno quarto com uma janela que facilita a inda e vinda de Étáin. Fuamnach descobre o artifício e lança mais um vento, que arrasta Étáin por mais sete anos. Ela cai em um copo de vinho, e acaba sendo pela esposa do rei de Ulster, Etar, que acaba ficando grávida. Renascida mais de mil anos depois, Étáin casa-se com o rei Eoachid. O irmão do rei, Ailill, apaixona-se por Étáin e devido a esse amor começa a perecer. Étáin promete deitar-se com ele para salvá-lo, mas depois de três tentativas ela desiste, alegando que não nasceu para ele. Então ele revela ser Midir, que na vida anterior era seu verdadeiro esposo. Midir vai até Eoachid e o desafia em um jogo, cujo premio o vencedor teria Étáin. O rei é avisado pelo seu pai adotivo que Midir é um ser de grande poder. Ganhando as apostas, o rei designa Midir a uma série de tarefas. Midir, depois de cumprir as tarefas, retorna e desafia o rei a mais uma partida. Vencedor, Midir acaba recebendo seu prêmio um mês depois, pois Eoachid, em sua última provação, envia Midir há passar um mês e retornar. Ele envolve Étáin em seus braços, onde ambos se transformam em cisnes e voam.

Nórdicos

De muita importância no mundo ocidental, essa mitologia relata as crenças dos povos germânicos e vikings. Uma religião voltada ao culto da natureza em sua maioria, apresentam deuses aventureiros, heróis, feiticeiros, anões e gigantes. Uma outra caracteristicas dessa mitologia é que os deuses não são eternos, pois no Ragnarok havera uma grande batalha em que todos eles morreram e uma nova raça de deuses surgiram em um mundo sem crimes. 
Minha única fonte de pesquisa é a obra de Tarsilo Orpheus Spalding, Dicionário de Mitologias Européias e Ocidentais, já que as fontes sobre essa mitologia em português são poucas.

ODIN – O maior dos deuses, senhor das magias, da sabedoria, governante de Asgard. Odin para ter sabedoria fez alguns sacrifícios contra si mesmo: atirou um de seus olhos no poço de Mimir em troca de um gole de sabedoria, se enforcou ou dependurou-se na árvore cósmica Yggdrasil, para obter as Runas e foi revivido por magia em seguida. Ele se mantinha informado sobre os acontecimentos em toda a parte através de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Munin (Memória), que vigiavam o mundo e contavam tudo o que se passa e o que já se passou. Odin tornou-se chefe do panteão nórdico devido ao seu gosto pelas batalhas e no salão de sua fortaleza reunia os vencidos em batalhas. Odin é a figura central entre os deuses nórdicos, pois era símbolo de bravura. O nome quarta-feira (Wedsneday, em inglês), referente a um dia da semana era dedicado ao deus. 

BURO – Primeiro deus da mitologia nórdica, pai de Borr e avô de Odin. Foi criado pela vaca Audumla que lambia o gelo salgado e Ginnungagap.

BORR – Filho de Buro, pai de Odin, Vili e Ve. Casou-se com Bestla, filha do gigante Bölthorn com a qual teve seus três filhos. 

THOR – Deus dos trovões, considerado o mais fortes entre os deuses e o mais adorado entre os povos germânicos, por isso teve a maioria dos templos em sua homenagem. Filho de Odin com Jord, Thor tinha em seu martelo Mjolnir sua principal arma, com a qual produzia raios. Considerado grande para um deus, de um apetite grande e extremamente forte, adorava disputa por poder e era o campeão entre os deuses contra os inimigos, os gigantes do gelo. Era casada com Sif, deusa da colheita, com quem teve uma filha chamada Thurd, além de mais 2 filhos com a gigante Jarnsaxa, Magni (força) e Modi (coragem). A quinta feira era dedicada a deus, sendo chamado dia de Thor (Thursday em inglês).

LOKI – Deus do fogo, símbolo da maldade, traiçoeiros e de pouca confiança, também estava ligado à magia, podendo assumir várias formas. Possui grande senso de estratégia e habilidades para seu interesse. Mantém boas relações com Odin e foi companheiro de Thor em inúmeras aventuras. Loki era pequeno, de olhos vivos e malignos, sedutor, dormiu com todas as deusas e depois gabava-se do feito perante os maridos traídos. Sua esposa era Sigyn, com quem teve os filhos Nari e Narfi. Também uniu-se a gigante Angrboda, com a qual teve 3 filhos monstruosos: o lobo Fenrir, a serpente Jormungand e a deusa Hel.

FREY – Filho de Njord e irmão de Freya, casado com a gigante Gerda. Era um deus caracterizado pela beleza e força e comandava o tempo, a prosperidade, a fertilidade, alegria e a paz. Era também considerado o deus da agricultura. 

FREYA – Deusa do amor e da fertilidade, também deusa da magia e da advinhação. Teve vários deuses com amantes. Segundo seu mito sempre esteve a procura de Odur, seu marido perdido, enquanto chorava suas lágrimas se transformavam ouro e âmbar. Acompanhava Odin nas batalhas e compartilhava os mortos das guerras, onde metade dos guerreiros mortos iam para o seu palácio. 

TYR – Deus do céu, da luz e dos juramentos. Filho de Hymir, passou a ser depois considerado filho de Odin devido a sua bravura em batalhas. Era representado como um homem sem a mão direita, decepada por Fenrir quando os deuses prenderam o monstro, durante uma prova imposta pelos deuses ao monstro. Tinha como símbolo a lança, representado como símbolo de justiça.

VE – Irmão de Odin, filho de Bor e Bestla. Ve era conhecido na mitologia nórdica por dar aos homens os dons da fala e da palavra. 

VILI – Também irmão de Odin e Ve. Na mitologia Vili foi respondavel por dar a humanidade os dons da emoção, sentimentos e pensamentos.

AEGIR – Deus do Mar, da raça dos Vanir. Cultuado e temido pelos marinheiros, acreditava-se que Aegir aparecia para tomar a carga, homens e navios com ele leva-los para seu salão no fundo do oceano. Antes de começar alguma viagem os marinheiros faziam sacrifícios, especialmente de humanos, para apaziguar sua ira. Era casado com a deusa Ran com quem teve nove filhos. Aesir nem sempre é considerado um deus, mas sim um gigante amistoso dos deuses, sendo Njord considerado o deus do mar. Aegir seria o comandante das criaturas marinhas, conhecidas como Fjortun. Tinha dois serviçais, Eldir e Fimafeng, sendo este morto por Loki em um banquete no palácio de Aegir.

ALFADUR – É considerado o deus supremo da mitologia nórdica. Será responsável pela criação do novo mundo após o Ragnarok. Confundido com Odin, Alfadur é representado como um deus incriado e infinito.

BALDER – Filho de Odin e de Frigg, da raça dos Ases, divindade da justiça e da sabedoria. Seu episódio mais notável no mitologema está relacionado à sua morte: certa vez teve sonhos em que sua via estava ameaçada, situação que chegou a perturbar os deuses. Odin determinou o destino de Balder e tomou precauções para que nada acontecesse com ele. Frigg fez com que todas as coisas e todos os seres do mundo fizessem um juramento para que nunca ofendessem o bondoso Balder. Loki, um deus que praticava o mal, disfarçou-se de mulher e comentou com Frigg que todos os seres fizeram o juramento, menos um pequeno broto, o visco, que não jurou tal lealdade. Por ser um broto, Frigg não acreditava que tal planta faria algum mal a Balder.
Em uma festa promovida pelos deuses, os mesmos, para testar a fidelidade dos seres e coisas, começara a atirá-las em Balder e nada lhe acontecia. Apenas um dos deuses, Hord, não participava da brincadeira por ser cego. Loki perguntou a Hord porque ele não participava e o mesmo disse que por ser deficiente não podia participar, pois não sabia em que direção atiraria. Loki sugere que ele também tente e lhe entrega uma flecha feita pelo visco que não prometera lealdade a Balder. Hord, guiado por Loki, atira a flecha em Balder que o mata instantaneamente. Frigg então suplica para alguém ir até o reino de Hel, a deusa do submundo, para buscá-lo, missão que Hermond, outro filho de Odin, ficou de concretizar. Hel concordou que Balder voltasse, mas com uma condição: que todos os seres da terra chorassem por ele. Todos os seres choraram, com exceção de Loki, que não o fez. Segundo o mito, Balder retornaria depois do Ragnarok, construindo um novo mundo.

FRIGGA – Principal deusa do panteão germânico, esposa de Odin, deusa da fertilidade e da união. Detentora de enorme sabedoria tinha o poder da profecia e sabia do destino dos homens, mas não os revelavam. Seu principal mito está ligado ao de Balder. 

GERDA – Deusa considerada a mais inteligente e a mais bela do panteão nórdico. Se principal mito refere-se a sua relação com o mortal Mefym. Este a pediu em casamento e ambos foram viver em Asgard. A deusa, ao descobrir que seu amado matou sua irmã, Ninia, tentou matá-lo e ele, como castigo, selou a alma de Gerda no Nilfheim. Desde então Gerda tornou-se a deusa das almas perdidas. 

HEIMDALL – Guardião do Brisfot, a ponte arco-íris que conduzia a Asgard. O mito caracterizava-o como um ser que tinha visão e audição extremamente apurada e nunca dormia. Munido de sua corneta Giallarhorn, avisava aos deuses quando os seus inimigos se aproximavam. No Ragnarok estava destinado a enfrentar Loki, e logo após morrer devido aos ferimentos. Era também considerado o deus das estratégias. 

HEL – Deusa do submundo, filha de Loki com a gigante Angrboda. Tinha como irmãos o lobo Fenris e a serpente Midgard, monstros inimigos dos deuses. O mundo inferior é chamado de Helheim. Segundo o mito Hel foi enviada para esse local por Odin. O mundo de Hel ficava as margens do rio Nastronol. Em seu reino iam as pessoas que morriam por doença ou velhice. Tinha como companheiros a Fome, a Inanição, o Atraso, a Vagareza, o Precipício e o Sofrimento. Era representada metade de seu corpo como de uma linda mulher, e a outra parte de um corpo terrível em decomposição.

HODR – Deus cego que matou Balder. Incentivado por Loki a participar da festividade dos deuses, Loki o fez atirar em Balder uma flecha feita pelo visco que não lhe prestara fidelidade. Balder logo após foi morto. Acabou sendo morto por Vali.

HOENIR – Deus caracterizado por uma grande beleza. Foi entregue por Odin para viver com a outra família de deuses, os Vanir. Era companheiro de Odin e Loki nas corridas através do mundo e ajudava Odin nas transformações mágicas. Na criação o homem Hoenir deu a este a alma. 

IDUN – Deusa a poesia, esposa de Bragi. Tinha uma grande beleza e era estimada dos deuses. Era a guardiã do pomar sagrado e servia aos deuses uma maçã por dia que mantinha a juventude e a força. Idun era a responsável pela imortalidade dos deuses. Seu principal mito gira em torno da acusação de adultério feira por Loki. O mesmo para especificar tal acusação faz a seguinte afirmação: "Idun aperta em seus braços o assassino de seu irmão". Também há o episódio com o gigante Thiasi que por ela se apaixonou e a sequestrou, transformando-se em águia.

JORD – Deusa do Midgard (terra), mãe de Thor e irmã de Njord. Devido a sua atribuição Jord não reside em Asgard com os outros deuses, mas sim na terra, cuidando-a. 

MIMIR – Guardião da fonte da sabedoria que banhava uma das raízes da árvore Yggsdrasil. A água da fonte era tão preciosa que Odin, para bebe-lá, teve que abandonar um dos seus olhos. Era considerado o mais sábio dos deuses, conhecimento obtido ao beber a água desta fonte. Teve sua cabeça decepada, mas Odin a manteve viva para consulta-lá a fim de tornar-se onisciente. Seu nome se interpretava como “aquele que pensa”. 

NJORD – Deus do mar dos Vanes, pai de Frey e Freya. Era considerado um deus pacífico, protetor dos pescadores e marinheiros. Estes em agradecimento depositavam oferendas em altares construídos próximos aos rios e mares. Njord casou-se com Skadi, deusa do inverno e da caça. Skadi o escolheu através de um critério que era observar os pés dos deuses, a procura dos pés mais limpo e bonitos. Njord foi o escolhido mas a relação entre ambos logo desfez porque Skadi não conseguia viver nas encostas oceânicas e Njord não conseguia viver nas montanhas, devido as constantes mudanças, daí advindo a criação das estações do ano.

NANNA – Esposa de Balder, filha de Nep. Quando Balder é assassinado se desespera e joga-se na pira funerária com seu amado. 

NORNAS – As três senhoras do destino humanos, chamavam-se Urd, Werdandi e Skuld. Conhecedoras dos preceitos ancestrais, dos costumes antigos e sabiam, assim, que destino de vida dar a cada um. Não só os humanos, mas os deuses estavam submetidos aos seus poderes. A cada uma delas era atribuído um conhecimento: a Urd o passado, a Werdandi o presente e a Skuld o futuro. 

SIF – Esposa de Thor, mãe de Uller e Thurd. Deusa da excelência e da habilidade em combate, Sif apreciava os guerreiros leves e habilidosos. Tinha cabelos dourados feitos pelos Trolls (anões) depois que Loki o cortara.

SKADI – Deusa do inverno e da caça, casou-se com Njord, relação desfeita por não conseguirem viver juntos em cada um dos seus habitat. Era filha do gigante Pjazi, assassinado por Loki, decide vingar-se da raça dos Aesir. Estes, não sendo capazes de se defenderem batendo em uma mulher, decidem que ela escolhesse um entre eles para casar-se, advindo desta escolha Njord. Desta relação nasceram Frey e Freya. Mais tarde casou-se com outro deus dos Aesir, Uller.

ULLER – Deus da justiça e dos julgamentos, também considerado patrono da agricultura. Era filho de Thor e Sif. Casou-se com Skadi. 

VALI – Filho de Odin, vivia obcecado pela dor que lhe causara a morte de Balder, de tal modo que não tinha sequer tempo para lavar as mãos ou pentear os cabelos.

VALQUÍRIAS – Na mitologia nórdica são deusas secundárias a serviço de Odin. São descritas como belas jovens cavalgando em cavalos alados, armadas com elmos e escudos, sobrevoando os cambos de batalhas na escolha dos guerreiros abatidos em guerra que serão levados ao Valhala. Os poetas as representavam como virgens com plumagem de cisnes, com capacidade de voarem através dos céus. Comumente postavam-se as margens dos lagos e, segundo lendas, se um homem conseguisse apoderar-se de sua plumagem as teriam como escravas. A escolha desses guerreiros era ordenada por Odin, que precisa recolher os melhores guerreiros para a batalha do Ragnarok. Também eram mensageiras, e quando cavalgavam pelos céus, devido ao brilho de suas armaduras as reconhecia através do fenômeno da aurora boreal. O compositor Richard Wagner, inspirado no mito, compôs uma ópera chamada “As Valquírias”. 

VIDAR – Filho de Odin, associado à vingança. Conhecido com valente e audaz, mas desprovido de inteligência. No Ragnarok será o responsável pela morte do lobo Fenrir, sobrevivendo ao crepúsculo dos deuses e sucedendo seu pai no novo mundo. 

BRAGI – Filho de Odin, deus da poesia e da sabedoria, esposo de Idun. O episódio que lhe cabe na mitologia é a acusação de Lóki de classificá-lo como um deus afeminado. Idun, ao defendê-lo, foi acusada de ser uma deusa lasciva.

FORSETI – deus da justiça e da meditação, filho de Balder e Nanna. Era responsável por julgar as disputas entre deuses e homens. Prometeu que em seu tribunal deuses e homens sempre chegariam a um acordo. Era conhecido como imparcial, porque só assim a justiça seria alcançada. 

MAGNI – filho de Thor, seu principal mito é ter salvado a vida de seu pai quando este abateu o gigante Hrungnir que acabou caindo por cima do deus. Todos tentaram libertá-lo, mas só Magni conseguiu o feito. Após o Ragnarok Magni recebera o martelo mágico Mjöllnir de seu pai, tornando-se o deus mais forte na nova era dos deuses. 

EIR – deusa conhecida por sua habilidade de cura e conhecedora da ressurreição, uma das deusas da montanha Lifia. Protetora dos trabalhos saudáveis, segundo a mitologia Eir entrega a todas as mulheres suas curas, ensinando os segredos das artes medicinais. 

FULLA – divindade menor da mitologia, irmã de Frigga. É a guardiã da caixa mágica de sua irmã.

GEFJUN – deusa associada à agricultura e a virgindade, a ilha dinamarquesa de Zelândia e ao rei sueco Gylfi. Segundo a mitologia a deusa desapareceu onde hoje é o lago Malarem, e nesse local foi formada a ilha Zelândia. No Edda é descrito que todos os que morrem virgens tornam-se assistente da deusa. 

HLIN – uma das 3 serviçais de Frigg, junto com Fulla e Gná. Seu nome significa protetora.

RIND- segundo a mitologia é descrita como uma giganta, uma deusa ou uma princesa humana, e teve com Odin o filho Váli. Sua maior fonte está no livro III do Gesta Danorum, de autoria de Saxo Grammaticus, onde é descrita como uma princesa dos rutenos. Após a morte de Balder Odin consulta uma vidente para saber como poderia se vingar e está lhe dar como sugestão dirigir-se ao país dos rutenos. Chegando lá, sob disfarce de guerreiro, o deus é recusado pela princesa por 2 vezes. Quando Rind adoece, Odin se disfarça de curandeira e a encontra para ajudá-la. . Por sua sugestão pede para o rei amarrar a filha na cama e assim Odin a estuprou e dessa relação nasceu Bous, que vingaria Balder.

sábado, 2 de janeiro de 2016

O VULTO NO TELHADO

O fato que vou contar aconteceu comigo por volta do ano de 2004, quando eu tinha cerca de 15 anos de idade.


Naquela época, eu costumava virar da sexta para o sábado na internet, navegando pelo Orkut e conversando com amigos pelo MSN.
Costumava colocar fones de ouvidos e ficar ouvindo música, mas, naquela noite, não o fiz.
Estava de papo com uma amiga minha pelo MSN quando ouvi um barulho seco vindo do telhado.
Parecia uma espécie de batida e foi uma vez apenas.
Na hora, ignorei. "Gatos", passou pela minha cabeça.
Na minha vizinhança sempre houveram mutos bichanos que viviam correndo por sobre as casas. Nessa primeira noite, apenas isso ocorreu.
Depois de passar o sábado entre dormir, assistir filmes e jogar videogames, resolvi ficar acordado a noite toda novamente, afinal, domingo era dia de acordar tarde.
Novamente, conversando com a mesma amiga pelo MSN, ouvi o mesmo barulho, porém mais forte.
Diferentemente da vez anterior, foi mais de uma vez.
Parei de digitar e fiquei olhando para o teto, imaginando o que seria aquilo.

Cerca de umas três batidas depois, cessou.
Fiquei ainda durante um tempo quieto, esperando para ver se ocorria novamente.
A janela do MSN apitava descontroladamente, com minha amiga me chamando. Nada. Nenhum som.
Voltei a conversar com ela, expliquei o ocorrido, mas resolvi desencanar.
Naquela mesma madrugada, poucas horas depois, novamente as batidas voltaram a acometer meu telhado.
Notei pela primeira vez, que não eram simples batidas. Pareciam passos.
Tinha alguém andando em cima da minha casa.
Moro em São Paulo desde que nasci, então poderia ser possível que alguém estivesse passando por sobre as casas, talvez bandidos, o que já é assustador demais.
Fiquei parado atrás da porta, com os olhos arregalados e as mãos tremendo, presas à maçaneta.

Cenas de diversos filmes de terror vieram à minha mente: se eu abrir a porta, um assassino vai me matar, um bicho vai entrar, um fantasma vai me atacar.
E os passos não pararam. Pensei: "Vou sair no quintal e dar uma olhada rápida para o telhado."
Daquele quintal é possível ver o telhado que cobre minha casa toda, uma parte das telhas de amianto que cobrem a garagem e um fino telhado que fica sobre uma outra parte de minha casa, além da laje do bar contíguo. Seria fácil ver se alguém estava ali.
Respirei fundo, criei coragem e resolvi abrir a porta. Rezando a oração da Ave Maria, virei a chave.
Nesse exato momento, os passos cessaram. Pensei: "Se pararam, a pessoa está parada."
Então saí e olhei para todos os lados e nada. Nem gato, nem gente.
Apenas o ar frio da madrugada soprava e a lua tímida pouco iluminava o ambiente.
Olhei de novo só para ter certeza. NADA! Absolutamente nada.
Entrei e voltei para o computador, porém, estava tão assustado que sequer conseguia me concentrar no computador.

Desliguei-o e resolvi dormir. Era cerca de 3:30'. Pouco depois de me deitar, os passos voltaram a ecoar. Arregalei os olhos.
Dividia o quarto com minha mãe, então procurei-a para ver se estava ouvindo também. Nada, dormia profundamente.
Levantei-me e, rapidamente, corri até a porta e a abri, tomando cuidado para a chave não fazer barulho.
Coloquei a cabeça para fora e olhei para o telhado da garagem.
E lá estava, uma sombra passava da laje do bar para as telhas de amianto da garagem.
Parecia uma sombra humana, mas não consegui ver nada além do vulto.
Foi algo rápido, mas suficiente para me fazer voltar para dentro, tremendo de medo e com respiração acelerada.
Corri até o telefone e disquei o número da polícia. Poderia ser alguém mesmo tentando invadir.
Falando baixo, quase sussurrando, informei o que estava ocorrendo:"Estou ouvindo passos em cima da minha casa e vi uma sombra passando do telhado do vizinho para o da minha garagem."
A atendente deu instruções para que eu trancasse a porta e esperasse. E os passos continuaram.

Cerca de cinco minutos depois, pude ver os reflexos do giroflex passando pelas frestas da janela.
Abri-a e um policial disse que estava ali para atender a um chamado. Acordei minha mãe e sai para abrir o portão.
Dois policiais entraram em casa, enquanto um subia no telhado e outro analisava o longo corredor da casa vizinha.
Contei o que ocorreu e eles verificaram, com uma lanterna, os telhados e os terrenos vizinhos. Nada.
Agradeci profundamente o ocorrido e voltei para dentro.
Minha mãe, muito religiosa, tratou de rezar um terço de proteção. Naquela noite, consegui dormir.
Ao acordar, fui na missa da noite, como de costume.
Resolvi colocar nas intenções da missa todas as almas perturbadas e as almas do purgatório e rezei profundamente pedindo proteção.
Voltei para casa contando para meus amigos o que ocorrera. Ao chegar a hora de ir para cama, o sono tinha me abandonado.
Não conseguia dormir, pois fiquei apenas pensando nos passos do telhado. Tinha medo de que pudessem ocorrer de novo.

E fiquei pensando, agora com maior clareza: não poderia ter sido alguém.
Era apenas uma sombra. Eu poderia ver tranquilamente se fosse alguém, pois há um poste em frente à minha casa.
Se fosse alguém, eu veria alguma luz refletindo nas roupas ou na pele da pessoa. Mas não, era apenas uma sombra, um vulto.
Além disso, os passos ecoaram até o momento que a polícia chegou.
Se fosse alguém andando, eles teriam visto. Então, o que tinha caminhado durante duas noites por cima da minha casa?
Quem era e o que queria? Teria sido imaginação minha? Acho pouco provável!
Alguma alma ou espírito procurando orações para se aquietar? Quem sabe?
O fenômeno nunca mais aconteceu, mas vai ficar para sempre na minhas memórias e nos meus medos.

TERROR NO APARTAMENTO



Dia (07/05/2011) recebi um e-mail de uma amiga virtual muito assustada, o nome dela é Aline.
Até aquele momento eu tinha contato com ela só pelo msn.
Aline, como eu, também tem curiosidade sobre casos sobrenaturais.
Ela mora em São Paulo, bairro Jardim Analia Franco.
Faz exatamente 2 meses que ela se mudou do seu apartamento no 10° andar para a cobertura do prédio onde ela mora.

Os antigos donos da cobertura saíram do país para morar na Europa.
Ontem às 7 horas da noite recebi o e-mail: “Olá Cristopher, tudo bem?! Aqui é a Aline. Algo muito estranho está acontecendo no meu quarto… Faz dois meses que me mudei para este apartamento. De madrugada ouço barulhos estranhos. Eu estou com muito medo. Não sei se estou ficando louca ou se é apenas coisa da minha cabeça. Ontem falei com a minha mãe… Ela falou que iria chamar um pastor para fazer uma oração, mas até agora ele não veio. Gostaria de saber se você pode me ajudar? Esse é o meu número de celular para a gente entrar em contato: ####-#### Obrigada, Bej…..”
Ontem às 19:30' liguei para Aline e marcamos para nos encontrarmos no Shopping Analia Franco.
Cheguei lá 20:30' e ela já estava me esperando. Ela, muito nervosa, falou que não ia mais voltar para o apartamento.

Perguntei aonde ela ia ficar e ela respondeu que ia voltar para casa da mãe dela e ia tentar vender aquele apartamento o mais rápido possível.
Eu tentei acalmá-la e perguntei se eu podia dar uma olhada no quarto.
Ela falou que podia, mas ela não ia mais entrar lá.
Chegando no apartamento percebi que não tinha nada de anormal.
Ela, do lado de fora do apartamento, me perguntou se eu podia passar a noite lá.
Achei até estranho, mas como ela estava muito nervosa eu aceitei.
Perguntei para ela se ela confiava em mim, ela respondeu: “É lógico que sim!”… e me deu as chaves do apartamento, e falou que iria só voltar de manhã.
Olhei para o relógio e já era 22:30'. A Aline pegou seu carro e foi para a casa da mãe dela.
No primeiro momento pensei: “Essa garota é muito louca para dar a chave do apartamento dela.
Se eu fosse uma pessoa de má fé faria a limpa no apartamento…rsrsrs”.
Fechei a porta do apartamento e fiquei na sala até 23:30'.
Me levantei e desliguei todas as luzes do apartamento, só deixei o abajur do quarto dela ligado.
Passaram-se 2 horas e nada de estranho aconteceu.
Então resolvi ir para a cozinha.
Liguei novamente todas as luzes e fui fazer um café.
Olhei novamente para o relógio, era 2:35' da madrugada e ainda nada de estranho ou sobrenatural tinha acontecido.

Voltei para a sala e liguei a televisão para assistir um filme na Globo, não me recordo o nome do filme, mas era bem legal.
Acabei pegando no sono… 1 hora depois eu acordei, olhei para a televisão e ela misteriosamente estava desligada, até me arrepiei!
O telefone começou a tocar… fui atender e estava mudo.
Coloquei no gancho e novamente começou a tocar, atendi, falei “alô”, mas ninguém atendia.
Muito nervoso olhei novamente para o relógio: era 4 horas da madrugada.
O telefone parou de tocar. Todas as luzes que eu tinha ligado desligaram sozinhas.
O rádio relógio começou a tocar uma música antiga francesa.
As luzes do quarto dela começaram a piscar… me aproximei, olhei e vi vários gatos pretos mortos pelo chão!
Saí correndo do apartamento, assustado! Fiquei do lado de fora perto da piscina e liguei para a Aline, mas ela não atendia.

Precisei esperar até amanhecer para sair daquele local.
Às 6:00 horas da manhã a Aline ligou e falou que em menos de meia hora ela estaria lá.
Esperei ela chegar e contei o que tinha acontecido.
Ela falou que também tinha visto os gatos, mas estava com vergonha de contar, ela não queria ser chamado de louca ou algo parecido.

Às 7:00 horas da manhã de hoje liguei para meu chefe avisando que não ia trabalhar, que tinha de resolver alguns problemas.
Fui até a administração do prédio e perguntei se eles tinham algum contato com os ex donos do apartamento.
O senhor João, zelador do prédio, passou o número do celular do casal que morava lá.
Tentei ligar, mas sempre ficava fora de área, então fui procurar algum vizinho que os conhecia.
Dona Luiza, que mora mais tempo que Aline no prédio, conhecia esse casal.
Ela falou que o casal tinha perdido um filho recentemente e por isso decidiram sair do Brasil.
O casal era bem estranho, sempre andava com roupas escuras, o filho com depressão se matou com um tiro na cabeça há 4 meses.
Voltei para casa às 13:00' horas para tomar um banho e descansar um pouco.
Às 16 horas minha amiga Aline liga no meu celular e avisa que tinha mais coisas pra eu saber.
Voltei para o prédio… Aline disse que falou com um rapaz chamado Osvaldo.
Ele falou para ela que o casal que morava lá anteriormente era satanista e sempre faziam rituais de Magia Negra no quarto dela, e também falou que chegou a participar de um desses rituais macabros.
Eles usavam animais como sacrifício ao Demônio.
Ao certo não sei se essa história é verdadeira, mas a minha experiência no apartamento foi real!
Agora o apartamento está fechado.
Falei para a Aline que no dia 15 vou chamar um amigo pastor para fazer uma Oração no local e exorcisar o mal que está lá.

Acredito que dê certo.

Combater o Sobrenatural com o Sobrenatural.


Bom, essa foi mais uma história, precisamos de opiniões , que tal deixar a sua?